ANISTIA INTERNACIONAL
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decreto afirma que, a partir de dezembro, as<br />
estações só poderiam transmitir via uma<br />
estação de rádio congolês parceira com a<br />
anuência do ministro.<br />
DEFENSORES E DEFENSORAS DOS<br />
DIREITOS HUMANOS<br />
Pelo menos três defensores dos direitos<br />
humanos foram mortos por agentes de<br />
segurança conhecidos ou suspeitos nas<br />
províncias de Maniema, Kivu do Norte e Kivu<br />
do Sul. Um policial foi condenado à prisão<br />
perpétua pela morte de um defensor dos<br />
direitos humanos em Maniema. A sentença<br />
foi reduzida para 36 meses na apelação. Um<br />
julgamento relacionado aos assassinatos em<br />
Kivu do Norte começou em setembro.<br />
As autoridades cada vez mais focavam os<br />
defensores de direitos humanos que<br />
tomaram uma posição pública sobre o limite<br />
do mandato presidencial ou documentaram<br />
violações de direitos humanos politicamente<br />
motivadas. Muitos defensores enfrentaram<br />
detenções arbitrárias, assédio e aumento da<br />
pressão para interromper suas atividades.<br />
Em fevereiro, o governo de Kivu do Sul<br />
promulgou um decreto sobre a proteção dos<br />
defensores e defensoras dos direitos<br />
humanos e dos jornalistas. Em nível nacional,<br />
a ONU, a Comissão Nacional de Direitos<br />
Humanos e várias ONGs de direitos humanos<br />
trabalharam sobre uma proposta de lei para<br />
proteger os defensores e defensoras, mas ela<br />
ainda não foi discutida no parlamento.<br />
CONFLITOS AO LESTE DA RDC<br />
Violações dos direitos humanos<br />
permaneceram desenfreadas na região<br />
oriental da RDC, onde o conflito continuou. A<br />
ausência de autoridades do Estado e falhas<br />
na proteção de civis levaram a mortes.<br />
Abusos por grupos armados<br />
Grupos armados cometeram uma vasta gama<br />
de abusos, incluindo: execuções sumárias;<br />
sequestros; tratamento cruel, desumano e<br />
degradante; estupro e outros tipos de<br />
violência sexual; e a pilhagem de<br />
propriedades de civis. As FDLR, as Forças<br />
para a Resistência Patriótica de Ituri (FRPI) e<br />
diversos grupos armados Mai-Mai (milícias<br />
locais e das comunidades) estavam entre os<br />
responsáveis pelos abusos contra civis. O<br />
Exército de Resistência do Senhor (LRA)<br />
continuou a ser ativo e a cometer abusos nas<br />
áreas que fazem fronteira com o Sudão do<br />
Sul e a República Centro-Africana.<br />
Na área de Beni, em Kivu do Norte, civis<br />
foram massacrados com o uso de facões,<br />
enxadas e machados. Na noite de 13 de<br />
agosto, 46 pessoas foram mortas em<br />
Rwangoma, um bairro de Beni, por supostos<br />
membros das Forças Democráticas Aliadas<br />
(ADF), um grupo armado de Uganda que<br />
mantém bases no leste da RDC.<br />
Violações cometidas pelas forças de segurança<br />
Soldados cometeram violações dos direitos<br />
humanos durante operações contra grupos<br />
armados. Também executaram<br />
extrajudicialmente civis que protestavam<br />
contra a falta de proteção do governo.<br />
Violência contra mulheres e meninas<br />
Centenas de mulheres e meninas foram<br />
submetidas a violência sexual em áreas<br />
afetadas pelo conflito. Os criminosos<br />
incluíram soldados e outros agentes do<br />
Estado, bem como combatentes de grupos<br />
armados, como o Raia Mutomboki (uma<br />
coalizão de grupos), o FRPI e o Mai-Mai<br />
Nyatura, uma milícia Hutu.<br />
Crianças-soldado<br />
Centenas de crianças foram recrutadas por<br />
grupos armados, incluindo a FRPI, Mai-Mai<br />
Nyatura, forças unidas da FDLR e seu braço<br />
armado oficial, FOCA, e a União Patriótica<br />
para a Defesa dos Inocentes (UDPI).<br />
Crianças-soldado continuam a ser usadas<br />
para o combate, além de cozinhar, limpar,<br />
coletar impostos e realizar o transporte de<br />
mercadorias.<br />
Violência nas comunidades<br />
A violência entre as comunidades Hutu e<br />
Nande aumentou muito nos territórios de<br />
Lubero e Walikale em Kivu do Norte. Ambas<br />
as comunidades receberam apoio de grupos<br />
armados – a comunidade Hutu das FDLR, e<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 211