ANISTIA INTERNACIONAL
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IÊMEN<br />
República do Iêmen<br />
Chefe de estado: Abd Rabbu Mansour Hadi<br />
Chefe de governo: Ahmed Obeid bin Daghr (substituiu<br />
Khaled Bahah em abril)<br />
Todas as partes envolvidas no conflito<br />
armado contínuo cometeram crimes de<br />
guerra e outras violações graves de leis<br />
internacionais com impunidade. A coalizão<br />
liderada pela Arábia Saudita, que apoia o<br />
reconhecido governo iemenita, bombardeou<br />
hospitais e outras infraestruturas civis e<br />
realizou ataques indiscriminados, matando<br />
e ferindo civis. O grupo armado Huthi e as<br />
forças aliadas a ele bombardearam<br />
indiscriminadamente áreas residenciais<br />
civis na cidade de Ta'iz e dispararam<br />
através da fronteira da Arábia Saudita,<br />
matando e ferindo civis. Huthi e as forças<br />
aliadas restringiram rigorosamente os<br />
direitos à liberdade de expressão, de<br />
associação e de manifestação pacífica em<br />
áreas que controlavam, prendendo<br />
arbitrariamente os críticos e oponentes,<br />
incluindo defensores de direitos humanos e<br />
jornalistas, forçando ONGs a fecharem. Eles<br />
submeteram alguns detidos a<br />
desaparecimento forçado, tortura e outros<br />
maus tratos. Mulheres e meninas<br />
continuaram a enfrentar discriminação<br />
arraigada e outros abusos, incluindo o<br />
casamento forçado e violência doméstica. A<br />
pena de morte permaneceu em vigor;<br />
nenhuma informação foi disponibilizada<br />
sobre sentenças de morte ou execuções.<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
O conflito armado entre o governo<br />
internacionalmente reconhecido do<br />
presidente Hadi, apoiado por uma coalizão<br />
internacional liderada pela Arábia Saudita, e<br />
o grupo armado Huthi e suas forças aliadas,<br />
entre as quais estão unidades do exército<br />
leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh,<br />
continuaram a lutar entre si durante todo o<br />
ano. Os Huthis e as forças aliadas ao ex<br />
presidente Saleh continuaram no controle da<br />
capital, Sana'a e de outras áreas. O governo<br />
do presidente Hadi controlava a parte<br />
sudeste do Iêmen, incluindo os governos de<br />
Lahj e Aden.<br />
O grupo armado Al-Qaeda na Península<br />
Arábica (AQAP, na sigla em inglês),<br />
continuou a controlar partes do sul do Iêmen<br />
e a realizar atentados a bomba em Aden e na<br />
cidade portuária de al-Mukallah,<br />
recapturadas da AQAP pelo governo em<br />
abril. As forças dos EUA continuaram a<br />
atacar as forças do AQAP com mísseis. O<br />
grupo armado Estado Islâmico (EI) também<br />
realizou ataques a bomba em Aden e al-<br />
Mukallah, visando principalmente as forças e<br />
funcionários do governo.<br />
De acordo com o Escritório do Alto<br />
Comissariado da ONU para os Direitos<br />
Humanos, 4.125 civis, incluindo mais de<br />
1.200 crianças, foram mortos, e mais de<br />
7.000 civis foram feridos desde que o conflito<br />
começou em março de 2015. O Escritório<br />
das Nações Unidas para a Coordenação de<br />
Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em<br />
inglês) informou que mais de 3.27 milhões<br />
de pessoas foram desalojadas de maneira<br />
forçada no conflito até outubro, e quase 21.2<br />
milhões de pessoas, 80% da população,<br />
necessitavam de assistência humanitária.<br />
Em abril, as negociações de paz<br />
patrocinadas pela ONU entre as partes no<br />
conflito começaram no Kuwait,<br />
acompanhadas de uma breve pausa nas<br />
hostilidades. A luta se intensificou depois que<br />
as negociações fracassaram em 6 de agosto.<br />
Em 25 de agosto, o Secretário de Estado<br />
norte-americano John Kerry anunciou uma<br />
“abordagem renovada às negociações”. Isso<br />
não produziu nenhum resultado claro até o<br />
final do ano.<br />
O grupo armado Huthi e suas forças<br />
aliadas nomearam um Conselho Político<br />
Supremo com 10 membros para comandar o<br />
Iêmen, que, por sua vez, nomeou o antigo<br />
governador de Aden, Abdulaziz bin Habtoor,<br />
para liderar um governo de "salvação<br />
nacional". Em setembro, o presidente Hadi<br />
ordenou que o Banco Central fosse<br />
transferido de Sana'a para Aden,<br />
aprofundando a crise fiscal causada pelo<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 139