ANISTIA INTERNACIONAL
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ecomendou que o Paraguai tome medidas<br />
para reforçar a proteção dos defensores e<br />
defensoras dos direitos humanos, incluindo<br />
os líderes indígenas e defensores dos direitos<br />
dos povos indígenas contra intimidação,<br />
ameaças e ações arbitrárias por funcionários<br />
governamentais.<br />
Do mesmo modo, o Conselho de Direitos<br />
Humanos recomendou que o Paraguai lute<br />
contra a impunidade por todas as violações<br />
contra defensores e defensoras dos direitos<br />
humanos, inclusive assassinatos, que<br />
investigue as alegações de práticas abusivas<br />
por forças policiais e de segurança<br />
direcionadas aos povos indígenas, e que<br />
todos os responsáveis passem pelo devido<br />
processo legal.<br />
PERU<br />
República do Peru<br />
Chefe de estado e de governo: Pedro Pablo Kuczynski<br />
Godard (substituiu Ollanta Moisés Humala Tasso em<br />
julho)<br />
Além da falta de proteção, houve um<br />
aumento notável na violência contra grupos<br />
marginalizados, em especial mulheres e<br />
meninas, povos indígenas e pessoas LGBTI.<br />
O governo ratificou o Tratado sobre o<br />
Comércio de Armas.<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
Em junho, Pedro Pablo Kuczynski Godard foi<br />
eleito presidente no segundo turno das<br />
eleições.<br />
Mais de 200 casos de protestos foram<br />
registrados, e cerca de 70% deles eram<br />
relacionados a disputas entre comunidades,<br />
empresas extrativistas e o governo sobre a<br />
propriedade e uso de recursos naturais, bem<br />
como a proteção do meio ambiente.<br />
DEFENSORES E DEFENSORAS DOS<br />
DIREITOS HUMANOS<br />
Os defensores e defensoras dos direitos<br />
humanos foram hostilizados, ameaçados e<br />
atacados nos protestos, em especial nos<br />
relacionados a questões ambientais, de<br />
terras e territórios. A polícia usou força<br />
excessiva e desnecessária, e até armas letais,<br />
para reprimir os protestos. Em outubro,<br />
Quintino Cereceda foi morto com um tiro na<br />
cabeça quando a polícia dispersou um<br />
protesto contra um projeto de mineração em<br />
Las Bambas e na região de Apurímac.<br />
Em duas ocasiões, Máxima Acuña e sua<br />
família foram atacadas e intimidadas por<br />
seguranças da mineradora de Yanacocha,<br />
que destruiu suas lavouras. A empresa<br />
alegou estar exercendo seu “direito de defesa<br />
da posse”. Maxima Acuña, sua família e 48<br />
outros ativistas e fazendeiros de pequeno<br />
porte da região de Cajamarca foram<br />
beneficiários de medidas cautelares<br />
concedidas em 2014 pela Comissão<br />
Interamericana de Direitos Humanos para<br />
garantir sua segurança.<br />
DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS<br />
A investigação sobre as mortes de quatro<br />
líderes Asháninka, da região de Ucayali,<br />
mortos em 2014 supostamente por<br />
madeireiros ilegais, ainda não havia sido<br />
concluída no final do ano. Os líderes já<br />
tinham denunciado o desmatamento ilegal<br />
contínuo em seu território.<br />
Durante o ano, houve treze vazamentos de<br />
petróleo no oleoduto no norte do país,<br />
contaminando a água e terras pertencentes<br />
aos povos indígenas na bacia amazônica.<br />
Organizações indígenas nas áreas afetadas<br />
entraram em greve em setembro, exigindo<br />
que o governo abordasse questões como a<br />
saúde da população e reparações por danos<br />
ao meio ambiente. Em dezembro, as<br />
organizações indígenas e o governo<br />
assinaram um acordo sobre este tema.<br />
Em setembro, o Tribunal Criminal de<br />
Bagua inocentou 53 indígenas que haviam<br />
sido acusados de crimes como o assassinato<br />
de doze policiais em confrontos com forças<br />
de segurança em 2009. Até o fim do ano,<br />
nenhuma autoridade do governo havia sido<br />
processada por seu papel na intensificação<br />
do conflito.<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 199