ANISTIA INTERNACIONAL
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também convocava para uma entrega<br />
“rápida, segura e irrestrita” de ajuda<br />
humanitária por toda a Síria.<br />
A Comissão Internacional de Inquérito<br />
para a República Árabe da Síria, órgão<br />
independente criado pelo Conselho de<br />
Direitos Humanos da ONU em 2011,<br />
monitorou e relatou as violações do direito<br />
internacional cometidas na Síria, embora o<br />
governo tenha continuado a negar sua<br />
entrada no país.<br />
Em dezembro, a Assembleia Geral da<br />
ONU acordou em criar um mecanismo<br />
internacional independente para garantir a<br />
responsabilização de crimes de guerra e<br />
crimes contra a humanidade cometidas na<br />
Síria desde março de 2011.<br />
CONFLITO ARMADO – VIOLAÇÕES<br />
COMETIDAS POR FORÇAS DO GOVERNO<br />
SÍRIO E ALIADOS, INCLUINDO A RÚSSIA<br />
Ataques indiscriminados e ataques direcionados<br />
a civis<br />
O governo e as forças aliadas continuaram a<br />
cometer crimes de guerra e outras sérias<br />
violações do direito internacional, como<br />
ataques diretamente contra civis e ataques<br />
indiscriminados. As forças governamentais<br />
repetidamente atacaram áreas controladas<br />
ou disputadas por grupos armados de<br />
oposição, matando e ferindo civis, bem como<br />
avariando bens civis, em ataques ilegais. Elas<br />
bombardearam com regularidade áreas civis,<br />
usando armas explosivas com efeitos de<br />
extensa cobertura, incluindo bombardeios de<br />
artilharia e bombas de barril não guiadas de<br />
alto poder explosivo lançadas de<br />
helicópteros. Os ataques provocaram grande<br />
número de mortes e ferimentos de civis,<br />
inclusive crianças.<br />
Aeronaves do governo e dos aliados russos<br />
realizaram diversos ataques, aparentemente<br />
deliberados, sobre hospitais, centros<br />
médicos, clínicas e comboios de assistência,<br />
matando e ferindo centenas de civis, entre<br />
eles profissionais da saúde.<br />
Com o passar do ano, as forças do<br />
governo com o apoio da Rússia aumentaram<br />
os ataques no leste de Aleppo, atingindo<br />
áreas residenciais, centros médicos, escolas,<br />
mercados e mesquitas, matando milhares de<br />
civis. Munições cluster russas também foram<br />
espalhadas na área e as que não explodiram<br />
são um risco constante para os civis.<br />
No dia 1º de agosto, duas bombas de<br />
barril, supostamente com gás de cloro, foram<br />
lançadas por aeronaves suspeitas de serem<br />
do governo, sobre duas áreas residenciais<br />
controladas por grupos armados não estatais<br />
na cidade de Saraqeb, província de Idleb,<br />
com relatos de pelo menos 28 civis feridos.<br />
Em 26 de outubro, aeronaves suspeitas de<br />
serem do governo ou dos russos<br />
bombardeou um complexo escolar em Haas,<br />
na província de Idleb, matando pelo menos<br />
35 civis, entre os quais 22 crianças e seis<br />
professores.<br />
Cercos e privação de ajuda humanitária<br />
Forças do governo mantiveram cercos<br />
prolongados em áreas predominantemente<br />
civis controladas ou disputadas por grupos<br />
armados, incluindo o leste de Ghouta,<br />
Mouadhamiyah al-Sham, Madaya, Daraya e,<br />
desde setembro, o leste de Aleppo. O cerco<br />
do governo expôs os moradores civis à<br />
inanição e os privou de acesso a cuidados<br />
médicos e outros serviços básicos, enquanto<br />
eram submetidos a repetidos ataques aéreos,<br />
bombardeios de artilharia e outros tipos de<br />
ataque.<br />
Os cercos impediam os civis de deixar o<br />
local para buscar ajuda médica. Por<br />
exemplo, há relatos de que em 19 de março,<br />
um menino de três anos morreu em al-Waer,<br />
na cidade de Homs, depois que forças do<br />
governo o impediram de deixar a área para<br />
receber cuidados médicos para um ferimento<br />
na cabeça.<br />
Em 12 de maio, as forças do governo<br />
impediram uma entrega de assistência<br />
humanitária da ONU, que deveria ser a<br />
primeira desde 2012, de entrar em Daraya.<br />
As forças do governo atiraram morteiros<br />
numa área residencial da cidade, matando<br />
dois civis. Em junho, as forças do governo<br />
permitiram que dois comboios limitados<br />
entrassem em Daraya, mas ao mesmo tempo<br />
intensificou os ataques indiscriminados,<br />
usando bombas de barril, uma substância<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 219