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ANISTIA INTERNACIONAL

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esgotamento de suas reservas e a crise<br />

humanitária por cercear a capacidade da<br />

administração de facto do Huthi em Sana'a<br />

de importar alimentos essenciais,<br />

combustível e suprimentos médicos.<br />

CONFLITO ARMADO<br />

Violações cometidas por grupos armados<br />

O Huthi e as forças aliadas, incluindo as<br />

unidades do exército leais ao ex-presidente<br />

Saleh, violaram as leis humanitárias<br />

internacionais repetidas vezes com ataques<br />

indiscriminados e desproporcionais. Eles<br />

colocaram civis em perigo nas áreas que<br />

controlavam, lançando ataques próximos a<br />

escolas, hospitais e residências, expondo os<br />

moradores a ataques por forças pró-governo,<br />

incluindo bombardeios aéreos pela coalizão<br />

liderada pela Arábia Saudita. Eles também<br />

dispararam indiscriminadamente munições<br />

explosivas que afetam áreas extensas,<br />

incluindo morteiros e bombas de artilharia<br />

em áreas residenciais, controladas ou<br />

contestadas por forças opostas,<br />

particularmente na cidade de Ta'iz, matando<br />

e ferindo civis. Em novembro, o Huthi e as<br />

forças aliadas alegadamente realizaram pelo<br />

menos 45 ataques ilegais em Ta'iz, matando<br />

e ferindo dezenas de civis. Um ataque em 4<br />

de outubro matou 10 civis, incluindo 6<br />

crianças e feriu mais 17 pessoas em uma rua<br />

próxima ao mercado Bir Basha, de acordo<br />

com a ONU. Os Huthis e seus aliados<br />

também continuam a colocar minas<br />

terrestres internacionalmente proibidas, que<br />

causaram vítimas civis, bem como<br />

continuaram a recrutar e utilizar criançassoldado.<br />

Em junho, o secretário-geral da<br />

ONU informou que os Huthis foram<br />

responsáveis por 72% dos 762 casos<br />

verificados de recrutamento de criançassoldado<br />

durante o conflito.<br />

Em Sana'a e outras áreas que<br />

controlavam, o Huthis e seus aliados<br />

arbitrariamente prenderam e detiveram<br />

críticos e adversários, bem como jornalistas,<br />

defensores dos direitos humanos e membros<br />

da comunidade Baha'i, sujeitando dezenas<br />

de pessoas ao desaparecimento forçado.<br />

Muitas prisões foram realizadas por homens<br />

armados pertencentes à Ansarullah, o braço<br />

político dos Huthi, em residências, locais de<br />

trabalho, pontos de encontro ou locais<br />

públicos, como mesquitas. Essas prisões<br />

foram realizadas sem mandado judicial ou<br />

sem razões declaradas e sem revelar para<br />

onde os presos estavam sendo levados ou<br />

onde seriam mantidos.<br />

Muitos detidos foram mantidos em locais<br />

não oficiais, tais como casas particulares,<br />

sem serem informados sobre o motivo de sua<br />

prisão ou sem que fossem permitidos<br />

quaisquer meios de contestar sua legalidade,<br />

incluindo acesso a advogados e aos<br />

tribunais. Alguns foram submetidos a<br />

desaparecimento forçado e mantidos em<br />

locais secretos; as autoridades Huthi se<br />

recusaram a reconhecer suas prisões,<br />

divulgar qualquer informação sobre eles ou<br />

permitir o acesso a advogado e a suas<br />

famílias. Alguns prisioneiros foram<br />

submetidos a tortura ou outros maus tratos.<br />

Em fevereiro, uma família relatou ter visto<br />

guardas espancarem seu parente no centro<br />

de detenção do Escritório de Segurança<br />

Política em Sana'a.<br />

Forças anti-Huthi e seus aliados lideraram<br />

assédios e intimidação contra funcionários de<br />

hospitais e colocaram civis em perigo,<br />

posicionando militares e combatentes perto<br />

de centros médicos, em especial durante o<br />

confronto na cidade de Ta’iz, no sul do país.<br />

Pelo menos três hospitais foram fechados<br />

devido às ameaças contra seus funcionários.<br />

Os Huthis e seus aliados também<br />

cercearam a liberdade de associação em<br />

áreas sob sua administração de facto.<br />

Violações cometidas pela coalizão liderada pela<br />

Arábia Saudita<br />

A coalizão internacional que apoiava o<br />

governo do presidente Hadi continuou a<br />

cometer graves violações dos direitos<br />

humanos internacionais e do direito<br />

humanitário com impunidade. Os bloqueios<br />

marítimo e aéreo parciais da coalizão<br />

restringiram a importação de alimentos e de<br />

outros itens necessários, aprofundando a<br />

crise humanitária causada pelo conflito e<br />

impedindo os voos comerciais para Sana'a.<br />

140 Anistia Internacional Informe 2016/17

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