ANISTIA INTERNACIONAL
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politicamente sensíveis, incluindo as<br />
eleições. A sociedade civil e os partidos<br />
políticos de oposição enfrentaram obstáculos<br />
para alugar instalações para conferências,<br />
reuniões ou outros eventos. Em 14 de março,<br />
uma reunião em um hotel em Lubumbashi<br />
entre Pierre Lumbi, presidente do Movimento<br />
Social pela Renovação (MSR), e os membros<br />
do MSR foi interrompida à força pela Agência<br />
Nacional de Inteligência.<br />
Funcionários do governo, incluindo o<br />
Ministro da Justiça e Direitos Humanos,<br />
ameaçaram fechar as organizações de<br />
direitos humanos usando interpretações<br />
restritivas das leis que regem o registro de<br />
ONGs.<br />
USO EXCESSIVO DE FORÇA<br />
As forças de segurança reprimiram protestos<br />
pacíficos usando força desnecessária,<br />
excessiva e, às vezes, letal, incluindo bombas<br />
de gás lacrimogêneo e munição real.<br />
Em 19 de setembro, as forças de<br />
segurança mataram dezenas de pessoas em<br />
Kinshasa durante um protesto exigindo que o<br />
presidente Kabila desistisse do cargo ao final<br />
do seu segundo mandato.<br />
Protestos contra a recusa de Kabila em<br />
deixar o poder novamente ocorreram em 19<br />
e 20 de dezembro. Dezenas de pessoas<br />
foram mortas pelas forças de segurança em<br />
Kinshasa, Lubumbashi, Boma e Matadi.<br />
Centenas de pessoas foram detidas<br />
arbitrariamente antes, durante e após os<br />
protestos.<br />
As forças de segurança também mataram<br />
os manifestantes que participaram de<br />
manifestações sobre outras queixas nas<br />
cidades de Baraka, Beni, Ituri e Kolwezi.<br />
LIBERDADE DE EXPRESSÃO<br />
O direito à liberdade de expressão foi<br />
restringido e constantemente violado no<br />
contexto pré-eleitoral. 1 Foram alvo de<br />
perseguição, em particular, os políticos que<br />
eram contra um prolongamento do segundo<br />
mandato do Presidente Kabila.<br />
A polícia militar deteve o líder da oposição,<br />
Martin Fayulu, por metade de um dia em<br />
fevereiro, enquanto ele estava mobilizando<br />
apoio para uma greve geral, pedindo respeito<br />
à constituição. Em maio, a polícia da<br />
província de Kwilu o impediu de realizar três<br />
reuniões políticas.<br />
A polícia proibiu Moise Katumbi, exgovernador<br />
da então Província de Katanga e<br />
candidato presidencial, de comparecer a<br />
reuniões públicas após ele ter deixado o<br />
partido do Presidente Kabila, o Partido<br />
Popular para a Reconstrução e a<br />
Democracia. Em maio, o Promotor Público<br />
abriu uma investigação contra Moise<br />
Katumbi pelo suposto recrutamento de<br />
mercenários, mas mais tarde permitiu que<br />
ele saísse do país para receber cuidados<br />
médicos. Mais um caso foi então levado ao<br />
tribunal contra Moise Katumbi, relativo a uma<br />
disputa por uma propriedade, e ele foi<br />
condenado em sua ausência a três anos de<br />
prisão. Isto o fez ficar inelegível para<br />
representar a presidência.<br />
Em 20 de janeiro, o Ministro da<br />
Comunicação e Mídia decretou o fechamento<br />
da Emissora de Rádio e Televisão Nyota e da<br />
Televisão Mapendo – ambas pertencentes a<br />
Moise Katumbi – alegando que elas não<br />
haviam cumprido suas obrigações fiscais. A<br />
agência regulatória de mídia controlada pelo<br />
Estado, Conselho Superior de Audiovisual e<br />
Comunicação, disse que os impostos<br />
estavam pagos e exigiu que as emissoras<br />
fossem reabertas. Apesar disso, as duas<br />
emissoras permaneceram fechadas.<br />
Dezenas de jornalistas foram detidos<br />
arbitrariamente. Em 19 e 20 de setembro,<br />
pelo menos oito jornalistas de veículos<br />
nacionais e internacionais foram presos e<br />
detidos enquanto cobriam os protestos.<br />
Vários deles foram perseguidos, roubados e<br />
agredidos pelas forças de segurança.<br />
Em 5 de novembro, o sinal da Radio<br />
France Internationale (RFI) foi bloqueado e<br />
permaneceu bloqueado no final do ano. Na<br />
mesma época, o sinal da Rádio Okapi,<br />
estação de rádio da ONU, foi interrompido<br />
por um período de cinco dias. Em 12 de<br />
novembro, o ministro de Comunicação e<br />
Mídia emitiu um decreto barrando o direito a<br />
uma frequência local às estações de rádio<br />
que não tem presença física na RDC. O<br />
210 Anistia Internacional Informe 2016/17