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ANISTIA INTERNACIONAL

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DESAPARECIMENTOS FORÇADOS<br />

A NSA levou centenas de pessoas sem<br />

ordem judicial. Essas pessoas ficaram<br />

incomunicáveis por longos períodos, fora da<br />

supervisão judicial e sem acesso a familiares<br />

ou advogados. 1 As autoridades continuaram<br />

a negar que esses desaparecimentos<br />

forçados ocorreram. As forças de segurança<br />

perseguiram supostos apoiadores da<br />

Irmandade Muçulmana e ativistas de outras<br />

filiações políticas. Alguns desaparecimentos<br />

forçados foram realizados pela Inteligência<br />

Militar.<br />

A NSA prendeu Aser Mohamed, de 14<br />

anos, em 12 de janeiro, e o submeteu a<br />

desaparecimento forçado por 34 dias. Ele<br />

disse que os interrogadores da NSA o<br />

forçaram a "confessar" sob tortura as<br />

acusações relacionadas a "terrorismo", e que<br />

um promotor o ameaçou com mais tortura<br />

caso retirasse sua confissão. Seu julgamento<br />

estava em andamento no final do ano.<br />

TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS<br />

Agentes de segurança submeteram os<br />

detentos a espancamentos e maus-tratos na<br />

prisão. Interrogadores da NSA torturaram e<br />

maltrataram muitas vítimas de<br />

desaparecimentos forçados para extrair<br />

“confissões” para uso como provas contra si<br />

mesmas no julgamento. Alguns dos métodos<br />

usados eram o espancamento, choques<br />

elétricos e posições de estresse. Os grupos<br />

de direitos humanos egípcios documentaram<br />

dezenas de relatórios de mortes sob custódia<br />

devido a tortura e outros maus-tratos, além<br />

do acesso inadequado a cuidados médicos.<br />

Em 20 de setembro, um tribunal<br />

condenou nove policiais a penas de três anos<br />

de prisão por agressão a médicos num<br />

hospital no distrito de Matariya, no Cairo, em<br />

janeiro. O tribunal libertou os policiais sob<br />

fiança, com possibilidade de recurso.<br />

JULGAMENTOS INJUSTOS<br />

Tribunais criminais continuaram a realizar<br />

julgamentos coletivos injustos, envolvendo<br />

dezenas – às vezes centenas – de acusados<br />

de participar de protestos e de violência<br />

política após a retirada de Mohamed Morsi<br />

do cargo de presidente em julho de 2013.<br />

Em alguns julgamentos com réus<br />

submetidos ao desaparecimento forçado, os<br />

tribunais aceitaram como provas "confissões"<br />

obtidas por meio de tortura.<br />

Além dos tribunais especiais para<br />

julgamentos relacionados ao terrorismo, os<br />

tribunais militares julgaram de forma injusta<br />

centenas de civis, inclusive em julgamentos<br />

coletivos. Em agosto, as autoridades<br />

ampliaram uma lei que aumenta muito a<br />

competência dos tribunais militares para<br />

incluir crimes cometidos contra “instalações<br />

públicas” por mais cinco anos.<br />

Os tribunais julgaram mais de 200<br />

pessoas acusadas de fazer parte dos<br />

protestos contra a decisão do governo de<br />

ceder as ilhas de Tiran e Sanafir à Arábia<br />

Saudita, condenando muitos a penas de dois<br />

a cinco anos de prisão e multas pesadas.<br />

Depois, os tribunais de apelação reverteram<br />

a maioria das condenações.<br />

Mais de 490 pessoas, incluindo o irlandês<br />

Ibrahim Halawa, foram condenadas por<br />

participar em atos de violência durante um<br />

protesto em agosto de 2013, num julgamento<br />

coletivo que começou em 2014. As<br />

acusações contra Ibrahim Halawa foram<br />

consideradas forjadas pela Anistia<br />

Internacional.<br />

Em 18 de junho, um tribunal condenou o<br />

presidente deposto Mohamed Morsi a 25<br />

anos de prisão por liderar um “grupo<br />

proibido” e por mais 15 anos por roubar<br />

informações secretas. O tribunal condenou<br />

outros seis homens à morte no mesmo caso,<br />

entre eles três jornalistas à revelia.<br />

IMPUNIDADE<br />

As autoridades não investigaram de forma<br />

adequada a grande maioria das alegações de<br />

violações dos direitos humanos, inclusive<br />

tortura e outros maus-tratos,<br />

desaparecimentos forçados, mortes sob<br />

custódia e o uso difundido de força excessiva<br />

por agentes de segurança desde 2011.<br />

Também não levou os perpetradores à<br />

justiça.<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 111

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