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são o mesmo na realidade suprema de anuttara-samyak-sambodhi (sabedoria
perfeita mais elevada).
O jovem rei Ajatasutru, vendo o melancólico fracasso de seu tolo herói herético,
sofrendo imensamente com crises de consciência, buscou paz para sua
aflição indo até o Abençoado e aprendendo o caminho da salvação.
O ciúme surgiu no coração de outros líderes hereges devido à imensa popularidade
do mestre e às dádivas que devotos leigos concediam aos discípulos de
Buda. Esses líderes tentaram arrastar a reputação do Abençoado para a lama e
desacreditá-lo aos olhos das pessoas. Uma falsa monja pertencente a uma seita
herege foi persuadida a acusar o Abençoado de adultério diante de toda a assembleia.
A mentira deslavada de Chincha foi exposta. Os hereges fizeram outra
tentativa de arruinar o mestre com calúnia. Pediram a uma mulher chamada
Sundari que espalhasse o boato de que havia passado a noite no quarto do Professor.
Essa difamação também foi rechaçada, mas enquanto isso os conspiradores
fizeram Sundari ser assassinada por um bando de bêbados subornados
para esse objetivo. Os tolos malévolos jogaram o corpo em arbustos perto do
mosteiro do Parque de Jeta. Os hereges queriam que parecesse uma tentativa da
parte dos seguidores de Gautama de encobrir um escândalo e que eles haviam
perdido a cabeça ao tentar fazer isso. Em consequência ergueu-se um clamor
exigindo a tomada de medidas legais contra o Senhor Buda. Mas os assassinos
bêbados desentenderam-se e começaram a brigar na taverna, acusando uns aos
outros, e desse modo o segredo vazou. Eles foram presos naquela noite e levados
ao tribunal do rei. Interrogados, admitiram a culpa e revelaram os nomes dos
contratantes. Em outra ocasião ainda, Narasu registra: “Os hereges instigaram
Srigupta a tirar a vida do mestre envenenando sua comida e o conduzindo para
dentro de um fosso de fogo, mas por piedade e perdão sereno o sagrado salvou
Srigupta do rancor e do crime e mostrou como a misericórdia conquista até
mesmo um inimigo, e assim ensinou a lei do perdão sublime, libertando seus
seguidores dos inimigos do mundo.”
Exultantes e crentes, percebendo a serenidade, a seriedade moral, a doce
sensatez do mestre, mais e mais discípulos juntavam-se à irmandade. De seus
doze grandes discípulos, quinhentos anos antes de Cristo e seus doze, o
Abençoado disse: “Salvem em minha religião os doze grandes discípulos, que,
sendo bons, animam o mundo e o liberam da indiferença, e não devem ser
julgados.”
Certo dia, quando estava no distrito do sul, Buda visitou a aldeia brâmane
de Ekanala. Um rico brâmane de bengala na mão inspecionava seus trabalhadores,
que suavam com os bois no campo. Com a tigela de esmolar na mão,