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montar o que foi derrubado, ou revelar o que está escondido, ou apontar a estrada
certa para alguém que se perdeu, ou levar uma lamparina para a escuridão,
de modo que aqueles que têm olhos pudessem ver formas externas – dessa
maneira, Senhor, a verdade foi-me dada a conhecer de várias formas pelo Exaltado.
Eu, até eu, Senhor, recorro ao Exaltado, à lei estabelecida e à ordem
como meu refúgio. Possa o exaltado aceitar-me como seguidor, como alguém
que, desse dia em diante e enquanto a vida perdurar, aqui tomou refúgio.”
E o rei manteve a palavra, e envelheceu com Buda ao longo do resto de suas
vidas naturais.
A maneira como o Iluminado em geral passava cada dia era muito simples.
Levantando-se ao amanhecer, ele se lavava e se vestia sem ajuda. A seguir meditava
em solidão até a hora de sair na ronda em busca da refeição diária sem a
qual ele não poderia seguir vivendo e praticando o Darma. Quando chegava a
hora, vestindo-se de modo adequado, com a tigela na mão, sozinho ou assistido
por alguns discípulos, ele visitava a cidade ou aldeia vizinha. Após terminar a refeição
em alguma casa, ele discorria sobre o Darma para o anfitrião e sua família
com a devida consideração pela capacidade deles para a iluminação espiritual,
retornava à sua esteira de sentar ou, dependendo da estação das chuvas, ao alojamento,
e esperava até seus seguidores terem terminado a refeição. Ele discursava
para os monges e sugeria temas para reflexão ou dava exercícios de
meditação adequados a suas capacidades ou então finalmente lembrava-os de
que a cessação de todos os pensamentos e todas as concepções, a cura da mente
dos pensamentos e do próprio pensamento sobre os pensamentos é a prática
que leva ao nirvana. Eles então o deixavam, indo cada um a seu local favorito
para meditar. Durante o calor do dia indiano ele fazia um pequeno repouso,
deitado sobre o lado direito na postura do leão, com joelhos unidos e cabeça
sobre a mão, na postura tradicional que ele recomendava para dormir e motivo
pelo qual às vezes ele era chamado de o leão dos Sakyas; mas nesse repouso do
meio-dia ele não dormia, nem praticava uma meditação sistemática; em vez
disso, simplesmente repousava e ponderava sobre o repouso.
À tarde ele encontrava moradores das aldeias ou cidades vizinhas reunidos
no salão de conferências ou à sombra das árvores do bosque, compadecia-se
deles e os aconselhava e discursava de acordo com as necessidades e capacidade
de raciocínio individuais. Nesse contexto, por exemplo, quando a mulher chamada
Visakha sentou-se a chorar durante uma dessas reuniões porque não conseguia
suportar a perda da avó, recém-falecida, o Abençoado perguntou-lhe
quantos homens viviam em Sravasti.
“Senhor, dizem que há sete vezes dez milhões de homens.”