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“A maravilhosa e luminosa percepção da visão, a visão dos objetos bem
como os objetos em si, todos pertencem intrinsecamente à mente essencial
pura, perfeita.
“Portanto, quando alguém olha para essas manifestações, que são flores
visionárias surgindo dos sentidos em contato com objetos, deve lembrar que todas
são ilusões, e então não haverá ambiguidade.”
Em seguida Ananda, declarando sua fé no ensinamento de Buda de que a
percepção pura da visão em si era sua mente essencial e que todas as variadas
visões pertenciam a ela apenas na essência porque não tinham natureza própria,
mas eram como marolas vindo e indo ao sabor da ignorância, quis então saber
como exatamente tudo isso funcionava, de modo que pudesse apreender com
sua mente o que seu coração acreditava a respeito da confiabilidade do ensinamento
de Buda.
E em seguida Buda explicou como funcionava a percepção falsa dos olhos.
“Ananda, são os olhos, não a percepção intrínseca da mente, que estão sujeitos a
falsos equívocos. Um homem com olhos doentes vê um halo em volta da lamparina,
mas não é sua mente essencial imperturbável que desenvolve o halo, é a
mente-cérebro discriminadora em conformidade com os olhos doentes. Da
mesma forma, olhos saudáveis veem bolas imaginárias e flores viajantes no espaço
vazio. Saiba: é porque os olhos estão naturalmente investidos da falsa percepção
da visão que tudo o que você vê com seus olhos é uma marola falsa. Tem
sido assim com a vista desde tempos sem princípio; o simples fato de você ter
vista é parte de seu carma, sua herança de ações ignorantes cometidas em algum
outro momento.
“Mas, Ananda, não fique perturbado. Visto que é apenas uma questão de
tempo você largar essa vista, então você já largou-a.
“Ananda, não apenas o órgão dos sentidos conhecido como olhos, mas os
outros cinco órgãos dos sentidos – ouvidos, nariz, língua, corpo e cérebro – são
por natureza falsos e fantásticos e continuam a fazê-lo de bobo enquanto você
vive e respira.
“Deixe-me mostrar como todos os seis órgãos operam para iludi-lo e fazê-lo
esquecer a vacuidade luminosa, perfeita, misteriosa, divina de sua mente essencial
e verdadeira.
“Quando você olha o espaço vazio no céu diurno, imediatamente começa a
ver bolinhas imaginárias e flores viajantes; outras visões estranhas, como
partículas da energia ardente do sol, podem ser vistas a intervalos como luzinhas,
mas essas partículas cósmicas parecem pertencer à energia do sol; porém,
onde está a fonte das flores imaginárias? Ananda, elas são pura e simplesmente