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“Assim, dentro da mente – que por fim estreita-se na mente-cérebro do eu,

essa mistura de causas e condições, segregando-se em grupos e entrando em

contato com os objetos projetados do mundo –, há desejo ou medo despertos

que dividem a mente de imperturbabilidade original e fazem com que se excite

em paixão ou pânico, em indulgência ou raiva. Todos vocês têm aceitado essa

concepção autoconsciente confusa como sendo a própria natureza de sua mente.

“Tão logo aceitam isso como a verdadeira mente, não é de espantar que

fiquem aturdidos e suponham que ela se localize em seu corpo físico e que todas

as coisas externas, montanhas, rios, os grandes espaços abertos e o mundo inteiro,

estejam fora do corpo.

“Não é de espantar que vocês fracassem em perceber que tudo o que conceberam

de forma tão falsa só tem existência dentro de sua maravilhosa e luminosa

mente da essência verdadeira.

“De modo semelhante vocês abandonaram todos os grandes, puros e

calmos oceanos de água e se agarraram a uma marola que não apenas aceitam

como se fosse, mas que consideram que seja a massa total de água de todas as

centenas de milhares de oceanos. Em tal atordoamento vocês se revelam tolos

entre tolos. Ainda que eu mova meu dedo para cima ou para baixo, não há

mudança na mão em si. Ainda que vocês esqueçam ou não a verdadeira

natureza da mente, não há mudança na verdadeira natureza da mente. Mas o

mundo faz uma distinção, e diz que agora a mão está na posição correta, agora

está ao contrário, e agora a verdadeira natureza da mente é a pureza do nirvana,

agora é a sujeira do sangsara. Visto que a essência está além de qualquer tipo de

concepção, aqueles que fazem isso são dignos de muita piedade.”

Ananda, percebendo que sua mente essencial era a base permanente para

sua mente-cérebro discriminativa cambiante, quis saber se a mente que estava

individualizando e discriminando os ensinamentos de seu Senhor sobre a mente

essencial era igual à mente essencial.

Buda respondeu: “Ananda, quando em meu ensinamento eu aponto o dedo

para a lua, você toma meu dedo como sendo a lua. Se você tomasse aquilo que

discriminou meu ensinamento como sua mente, então, quando ela pusesse de

lado as concepções sobre o ensinamento discriminado, a mente ainda reteria

sua natureza discriminadora, o que ela não faz.

“É como um viajante procurando uma hospedaria onde possa descansar

por pouco tempo, mas não permanentemente. Porém, o dono da hospedaria

vive ali de modo permanente, ele não vai embora. É a mesma coisa com essa dificuldade.

Se a mente-cérebro discriminadora fosse a mente verdadeira, jamais

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