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Assim ele indagou respeitosamente sobre o assunto e, por seu silêncio e
atenção perfeitos, mostrou-se pronto para o ensinamento do Abençoado.
Buda falou: “Ananda, é como você disse: todas as variedades e mudanças
deste mundo nas quais os seis sentidos subjetivos parecem assumir contato objetivo
são manifestadas por meio da combinação e adaptação dos quatro
grandes elementos (terra, água, fogo, ar); existem três outros grandes elementos,
quais sejam, espaço, percepção e consciência, somando no total sete
grandes elementos. Vamos começar com o elemento terra.
“Por que a terra é uma bolha? Ananda, seria o caso de questionar se o
centro de uma bolha é vazio ou não vazio? Porque a terra é feita de partículas infinitesimais
de poeira que podem ser analisadas até o átomo, e o átomo disso,
infinitamente, cada átomo em semelhança ao nosso universo, até o universo e o
universo daquilo, de modo que os homens sábios sabem que em sua pequena
pestana existem universos mais numerosos do que todas as areias no conjunto
das inumeráveis areias do Ganges dos rios Ganges. Ananda, o que está acontecendo
nesses vastos espaços espectrais, a propósito?
“Olhe com atenção! Perscrute através da aparência das coisas e você verá
apenas o grande coração de compaixão de todos os budas de outrora para além
da crença. Isso é yathabhutam, a visão verdadeira das coisas.
“Considere a natureza do elemento terra. Em uma forma tosca e grosseira
ela cobre o globo, mas em uma forma altamente refinada é a poeira infinitesimal
do espaço, e tudo o que os olhos podem ver pode ser reduzido aos seus elementos
primários, de modo que tudo o que é visto como uma visão é terra. Você
deveria saber, Ananda, que, se essa terra, essa poeira infinitesimal do espaço,
fosse realmente reduzida à pureza e vacuidade do espaço, seria a partir dessa
pureza inconcebível que os fenômenos da visão também seriam manifestados.
“Ananda, a natureza intrínseca da terra é a vacuidade real do espaço, o verdadeiro
vácuo, ao passo que a natureza intrínseca do espaço é a verdadeira
terra, a verdadeira essência.
“No ventre do Tathagata da não nascibilidade da essência não nascida de
todas as coisas, que é a realidade última e suprema, espaço e visões têm frescor
e pureza perenes, permeando tudo através dos universos dos fenômenos, e
sendo sempre manifestados espontânea e perfeitamente de acordo com a quantidade
de necessidade de carma acumulado sob a atividade consciente de seres
sencientes que não passam de formas deploráveis de ignorância no que é como
uma visão e um sonho há muito tempo acabados. Contudo, as pessoas do
mundo, gigantes espectrais dentro da mente, ignorantes do princípio que governa
sua própria existência, ficam aturdidas nos emaranhados de causas e