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da visão que é a mente essencial maravilhosa, luminosa, que, como o espaço,
não é cambiante nem fixa.
“Ananda, a aparência da parede não oculta a verdadeira vacuidade, a verdadeira
vacuidade não aniquila a aparência da parede.”
Então Buda seguiu dizendo: “Suponha, Ananda, que eu e você estejamos olhando
os jardins, até mesmo o sol e a lua, e vendo os múltiplos objetos, e não
haja uma ‘coisa’ como percepção da visão que possa ser apontada para nós. Mas,
Ananda, entre todos esses múltiplos fenômenos, você pode me mostrar
qualquer coisa que não pertença à percepção da visão?”
Ananda respondeu: “Nobre Senhor! É verdade, agora estou convencido de
que todos os objetos, quaisquer que sejam, pequenos ou grandes, onde quer que
haja manifestações e aparências, pertencem todos à percepção da visão.”
Buda expressou concordância, dizendo: “Assim é, Ananda, assim é.”
Então todos os discípulos novatos, exceto os mais velhos entre eles, que
haviam terminado a prática de meditação, tendo escutado a discussão e sem entender
o significado da conclusão, ficaram confusos e amedrontados e perderam
o domínio de si.
O Tathagata consolou-os: “Meus bons e leais discípulos! Tudo o que o professor
do Darma ensinou são palavras verdadeiras e sinceras, não são extravagantes
nem fantasiosas e quiméricas. Não devem ser comparadas com os paradoxos
intrigantes propostos como enigmas pelo famoso professor herege. Não
fiquem perturbados pelo que foi ensinado, mas ponderem sobre isso a sério e jamais
se entreguem à tristeza ou ao deleite.”
Então Manjusri levantou-se e quis para o bem dos outros que fosse explicada
a ambiguidade sobre as coisas que vemos existirem para a percepção da
visão e a ela pertencerem; e assim disse: “Para esses irmãos a explicação precisa
ser muito clara.”
Buda respondeu: “Manjusri e meus bons discípulos, por que haveria
qualquer ambiguidade quanto a pertencer ou não pertencer, entre a percepção
da visão que é o oceano e a visão das coisas que é como as marolas no mesmo
oceano?
“Os tathagatas dos dez quadrantes do universo, quer ensinem com ou sem
palavras, juntos com todos os grandes seres sábios, uma vez que residem intrinsecamente
em êxtase, consideram todas as visões das coisas, suas causas e condições,
e todas as concepções sobre elas, como flores visionárias no ar, não possuindo
verdadeira natureza de existência em si mesmas porque compartilham
do vívido estado imaginário infeliz das marolas surgidas de causas.