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mato no horizonte, proferiu o famoso grande Sermão do Fogo (Aditta-Pariyaya-

Sutra) para os mil sacrificadores do fogo que no passado haviam sido todos

monges de cabelos emaranhados.

“Todas as coisas, ó sacerdotes, estão em fogo. E o que, ó sacerdotes, são todas

essas coisas que estão em fogo?

“O olho, ó sacerdotes, está em fogo; as formas estão em fogo; a consciência

do olho está em fogo; as impressões recebidas pelo olho estão em fogo; e

qualquer sensação que seja, agradável ou desagradável, ou indiferente, que se

origina na dependência de impressões recebidas pelo fogo, também está em

fogo.

“E com o que estão em fogo?

“Com o fogo das paixões, digo eu, com o fogo do ódio, com o fogo do

fascínio; com nascimento, velhice, morte, dor, lamentação, miséria, pesar e

desespero estão em fogo.

“O ouvido está em fogo, os sons estão em fogo; o nariz está em fogo, os

odores estão em fogo; a língua está em fogo, os sabores estão em fogo; o corpo

está em fogo, as coisas tocáveis estão em fogo; o cérebro está em fogo, as ideias

estão em fogo; a mente-consciência está em fogo, as impressões recebidas pela

mente estão em fogo; e qualquer sensação agradável ou desagradável, ou indiferente,

que se origina na dependência das impressões recebidas pela mente,

também está em fogo.

“Percebendo isso, ó sacerdotes, o ser instruído e nobre concebe aversão

pelo olho, aversão pelas formas, aversão pela consciência do olho, aversão pelas

impressões recebidas pelo olho; e qualquer sensação, agradável ou desagradável,

ou indiferente, que se origina na dependência de impressões recebidas

pelo olho, por essa ele também concebe aversão. Concebe aversão pelo

ouvido, sons; pelo nariz, odores; pela língua, sabores; concebe aversão pelo

corpo, coisas tocáveis; pelo cérebro, ideias; pela mente-consciência, pelas impressões

recebidas pela mente; e qualquer sensação, agradável ou desagradável,

ou indiferente, que se origina na dependência de impressões recebidas pela

mente, por essa ele também concebe aversão.

“E, ao conceber essa aversão, ele torna-se despido de paixão, e por essa ausência

de paixão ele torna-se livre.

“E, quando está livre, ele fica ciente de que é livre.

“E ele sabe que o renascimento está esgotado, que ele viveu a vida sagrada,

que fez o que lhe cabia fazer, e que ele não é mais desse mundo.”

E essa é a realidade.

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