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Essa foi a pregação do que mais tarde ficou conhecido como dana paramita,
o ideal de caridade, um dos seis ideais encaixados nos seis últimos passos do
caminho óctuplo como um belo ornamento. São eles: dana, ideal de caridade;
sila, ideal de bondade; kshanti, ideal de paciência; virya, ideal de zelo; diana,
ideal de meditação; e prajna, ideal de sabedoria. O grande brâmane, tendo recebido
o sermão e se convertido, cantou esta canção:
“Larguei o fardo pesado que carregava,
Causa de renascimento não mais se encontra em mim.
Pois nunca pensamentos sobre vestuário, nem sobre comida,
Nem sobre quando descansar afetam a grande mente
Imensurável de nosso Gautama.
O pescoço dele é como a torre quádrupla
Da atenção mental erguida; sim, o grande profeta
Tem fé e confiança como mãos;
No alto, sua testa é insight; nobremente sábio
Ele sempre caminha em serena bem-aventurança.”
Após a morte de Buda, Mahae Kasyapa tornou-se o primeiro patriarca da
igreja budista e organizou a importantíssima compilação das escrituras budistas,
o cânone sagrado (o Tripitaka, ou Três Cestos) sem o qual nenhuma das palavras
do Abençoado teria chegado a nós 2,5 mil anos depois. Mas na mente de
Buda, o Desperto, esses 2,5 mil anos são apenas uma gota de orvalho. “A linha
da lei forma uma continuidade ininterrupta. Em todas as direções do espaço há
budas, como a areia do Ganges; eles também, para o bem-estar de todos os seres
do mundo, expõem a iluminação superior. E eu também estou manifestando
nesse momento, para o bem das criaturas que vivem agora, essa iluminação de
Buda em milhares de milhões de várias direções. Revelo a lei na sua multiplicidade
e conforme as inclinações das criaturas. Uso diferentes meios para estimular
cada um de acordo com seu caráter. Portanto, tentem entender o mistério
dos budas, os mestres sagrados do mundo; abandonem toda dúvida e incerteza:
vocês hão de se tornar budas: regojizem-se!”
Depois da conversão de Mahae Kasyapa, caminhando pela trilha da terra
Gautama Sakyamuni retornou ao país onde havia nascido, no distrito de Gorakpur,
onde seu pai, o rei Suddhodhana, governava. Seguido por seus numerosos
homens de santidade, e não obstante avançando com a misteriosa solidão grave
do elefante, ele adentrou por muitas milhas de Kapilavastu, onde ainda situavase
o palácio de sua juventude, tão irreal agora, na reflexão iluminada de Buda
semelhante a um espelho, como um determinado castelo em um conto infantil