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existências pessoais, nem tampouco eram não causadas; viu que elas obtinham
juntas uma cadeia adicional de causas, causa sobre causa, elos concatenantes
juntando os grilhões, unindo tudo que é forma – pobre forma, mera poeira e
dor.
Então, assim como alguém que quebra a primeira junta de bambu acha fácil
desmembrar todo o resto, tendo discernido a causa da morte como o nascimento
e a causa do nascimento como as ações, ele passou a ver a verdade gradativamente:
a morte vem do nascimento, o nascimento vem das ações, as ações
vêm do apego, o apego vem do desejo, o desejo vem da percepção, a percepção
vem da sensação, a sensação vem dos seis órgãos dos sentidos, os seis órgãos
dos sentidos vêm da individualidade, a individualidade vem da consciência.
[Aqui Kerouac desvia-se para os importantíssimos doze elos da origem dependente]...
Nele, assim liberto, surgiram o conhecimento e a liberdade, e ele soube
que o renascimento estava no fim, e que a meta havia sido atingida.
Kerouac prossegue listando as quatro nobres verdades e o caminho óctuplo.
Então ele apresenta uma visão mais Maaiana:
E, enquanto estava lá sentado resplandecente em toda sabedoria, perfeito em
dons, ele soube que o caminho do conhecimento perfeito havia sido legado a ele
pelos inumeráveis budas de outrora que vieram antes de todas as dez direções
de todos os dez quadrantes do universo, onde ele agora os via em uma poderosa
visão reunidos em luminosidade e poder, sentados em seus tronos intrínsecos
nas gloriosas flores de lótus por toda parte através dos fenômenos e do espaço e
para sempre respondendo às necessidades de toda vida senciente em todos os
reinos da existência, passado, presente e futuro.
Com o discernimento das grandiosas verdades e sua realização em vida, o
rishi tornou-se iluminado; atingiu assim sambodhi (sabedoria perfeita) e se
tornou um buda. Corretamente sambodhi foi nomeado; (...) pode ser alcançado
apenas por esforço pessoal, sem o auxílio externo de um professor ou deus. (...)
Os raios de sol matinais brilharam na aurora; dissipando-se, a névoa de aspecto
poeirento desapareceu. A lua e as estrelas empalideceram sua luz tênue, todas as
barreiras da noite foram removidas. Ele havia terminado essa primeira grande
lição e a lição final e a lição de outrora; entrando na casa do grande rishi do sono
sem sonhos, fixo em transe sagrado, ele havia alcançado a fonte da verdade inexaurível,
a felicidade que nunca acaba e que não teve começo, mas que sempre
esteve ali dentro da mente verdadeira.
Não foi pelo uso ansioso de meios externos que Buda desvendou a mente
verdadeira e pôs fim ao sofrimento, mas por repousar calmamente em silêncio
pensativo. Esse é o fato supremo do repouso abençoado.