morrer pela pátria e /viver sem razão/Com a força <strong>de</strong>Deus é que vamos lutar/Paranauê, paranauê/CamaráA revolta <strong>da</strong>qui é o medo <strong>de</strong> lá/Paranauê, paranauê/Camará/O estudo <strong>da</strong>qui é o medo <strong>de</strong> lá/Paranauê,paranauê/Camará/E a rima <strong>da</strong>qui é o medo <strong>de</strong> lá/Dozemanos armados/ executaram um bem bolado/Atitu<strong>de</strong>e sorte na fita do carro forte que ren<strong>de</strong>u quase ummilhão/Garantia <strong>de</strong> pão/O mano me diz que 57 é queresta, na<strong>da</strong> mais interessa/Lhe é nega<strong>da</strong> educação,distorci<strong>da</strong> informação/Processo <strong>de</strong> exclusão que <strong>de</strong>ixamarca/O rap retrata na leva<strong>da</strong>, na caixa, no bumbo,o baixo marcando o compasso/(Ximau?) na luta contrao mal, minha rima é letal/também sou racional,tenho um lado animal/no país do carnaval, on<strong>de</strong> oclima é tropical/tudo aqui é uma <strong>de</strong>lícia/mas confira aestatística/calcule as proporções/com mais <strong>de</strong> 15 anos,mais <strong>de</strong> 15 milhões que não sabe o beabá/<strong>de</strong>sse jeitonão dá/on<strong>de</strong> essa porra vai parar/JuscelinoKubitschek há quem conteste/Levou o governo doBrasil pra Brasília/Seguindo nessa trilha FHC é bempior/Um sociólogo vendido/Entrega nosso governo aosEstados Unidos/Serviçal do imperialismo/Doutoradoem cinismo/Um tal <strong>de</strong> FMI é quem dá as cartas poraqui/Tem concentração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, latifúndio, fazen<strong>da</strong>,piscina/Na favela tem chacina/No congresso <strong>de</strong>scobriramcoisa boa é cocaína pra fazer negócio <strong>da</strong> China/Agora olhe do seu lado um cara <strong>de</strong> carro importado/com ar condicionado an<strong>da</strong> <strong>de</strong> vidro fechado/No sinalé abor<strong>da</strong>do, se pá assassinado/Por quê? Tente vocêrespon<strong>de</strong>r/A elite tem que enten<strong>de</strong>r/Desigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social,a origem <strong>de</strong> todo mal/Vou mandá um comunicadoà direção do “Playcenter” que tem muito concorrente<strong>de</strong> olho na patente <strong>da</strong>s noites do terror /Tipoaon<strong>de</strong> eu levo meu avô/Tem morto no corredor/Nohospital <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública há muito choro e muita súplica,/masfalta remédio, leito, médico, respeito/Ninguémdá um jeito/Investimento na saú<strong>de</strong> é pouco, éprecário/O ministro José Serra é um bom agente funerário/eu sou católico crismado e batizado/Outro diainjuriado fui <strong>da</strong>r um rolê no centro/cheguei lá tavachovendo aproveitei e entrei no templo/não vejo na<strong>da</strong><strong>de</strong> mal já que Deus é universal/Porém, não concor<strong>de</strong>icom o que vi /coitados sendo explorados até o ultimocentavo/Eu acho muito esquisito comprar favores nocéu sacrificar seu dinheiro na fogueira <strong>de</strong> Israel/Vouexplicar agora, veja: /Você faz um <strong>de</strong>pósito na contaDe olho na Cultura 117
<strong>da</strong> igreja/comprovante vai pro fogo/e o dinheiro vai probolso — <strong>de</strong> Deus, é claro /pra que fique bem claro é tipoassim a regra <strong>de</strong>ssa firma/ joga o dinheiro pra cima oque Deus pegar é <strong>de</strong>le o que cair no chão é meu, enten<strong>de</strong>u?/Essaé a vi<strong>da</strong> tudo bem cheguei à conclusão quefe<strong>de</strong> mais, não cheira bem/Ca<strong>da</strong> vez mais expostos nosempurram /impostos confortáveis em seus postos ganhamum puta dinheirão/eles são os anões que apertambotões manipulam a nação por meio <strong>da</strong> televisão /com a retórica e a república fazem na vi<strong>da</strong> pública o quefazem na priva<strong>da</strong> /um monte <strong>de</strong> bosta que não serve prana<strong>da</strong>.Texto BA ban<strong>da</strong> afro Axé Dudu, que significa Força Negra em ioruba,tem se configurado como símbolo <strong>de</strong> resistência negra no Pará,disseminando os valores ancestrais e sendo instrumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>núnciado racismo, por intermédio <strong>da</strong> <strong>cultura</strong>. Originou-se comoum bloco afro, <strong>de</strong>nunciando nas ruas <strong>de</strong> Belém, durante o carnaval,por meio <strong>da</strong> música, <strong>da</strong> poesia e <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça, o racismo, contribuindo,assim, para a organização <strong>da</strong> população negra no Estado.Força NegraBan<strong>da</strong> Afro Axé Dudu, a Olórún (1987)No toque do afoxéBantus, nagôs, gegêsMãe África espalha<strong>da</strong>No mundo <strong>de</strong> Xangô (...)Axé Dudu, é força negra (...)Xangô que teus filhos <strong>da</strong>ncem (...)Contra as injustiças do Brasil (...).Texto CMagnu Sousa e Maurílio <strong>de</strong> Oliveira, conhecedores <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> periferia, compositores e integrantes do Samba <strong>da</strong> Vela edo grupo <strong>de</strong> samba <strong>de</strong> raiz Quinteto em Branco e Preto, têm contribuídopara disseminar a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>cultura</strong> afro-brasileira, pormeio <strong>de</strong> suas canções.118 De olho na Cultura
- Page 4:
Andréia Lisboa de SouzaAna Lúcia
- Page 10 and 11:
IntroduçãoLivros circulam em todo
- Page 12 and 13:
A CRIAÇÃO DOS MUNDOSPELA CULTURAA
- Page 14:
Nomeando e julgandoO ser humano tem
- Page 18 and 19:
As lentes da culturana representaç
- Page 20 and 21:
Antigas colônias francesasAntigas
- Page 22 and 23:
de certas relações sociais e econ
- Page 24 and 25:
Mas nem sempre a cultura a ser cons
- Page 26 and 27:
CULTURAE FORMAÇÃO DE IDENTIDADESO
- Page 28 and 29:
Quais são as relações entre cult
- Page 30 and 31:
Identidades:pequenos grandes retrat
- Page 32 and 33:
Porém, independentemente da miscig
- Page 34 and 35:
Texto AFrechal: Terra de Preto 3Ter
- Page 36 and 37:
Na escola dos mestres das palavras
- Page 38 and 39:
REPRESENTAÇÕES DO HOMEME DA MULHE
- Page 40 and 41:
Em nossa sociedade muito se tem dis
- Page 42 and 43:
Mãe Hilda JitoluHilda Dias dos San
- Page 44 and 45:
Esta é uma conhecida frase da pesq
- Page 46 and 47:
E tu te lembras da Casa-Grandee vam
- Page 48 and 49:
Filhote no subúrbioMulato, pardo o
- Page 50:
mulher. Os adultos educam as crian
- Page 53 and 54:
52 De olho na Cultura
- Page 55 and 56:
Geralmente podemos observar, por me
- Page 57 and 58:
cabelos dreadlocks, em contraste à
- Page 59 and 60:
mada em mercadorias. As expansões
- Page 61 and 62:
criadas no Brasil. Essas classifica
- Page 63 and 64:
Dicas culturais:A Casa Branca do En
- Page 65 and 66:
Uma das maiores dificuldades na soc
- Page 67 and 68: Nas irmandades, um dos princípios
- Page 69 and 70: 68 De olho na Cultura
- Page 71 and 72: Sim, somos todos seres humanos, por
- Page 73 and 74: Brincadeiras sem constrangimentosN
- Page 75 and 76: Mais explicitamente agressora, do p
- Page 77 and 78: Estudo sobre a relação entre tele
- Page 79 and 80: Dicas culturais:Você sabia que, h
- Page 81 and 82: Das ruas para as academiasNo ano de
- Page 83 and 84: 82 De olho na Cultura
- Page 85 and 86: 84 De olho na Cultura
- Page 87 and 88: Essa interação envolve os reinos
- Page 89 and 90: os valores e a memória são revivi
- Page 91 and 92: Ancestral do metalDo ferro naturalD
- Page 93 and 94: Muitos só tiveram a sorteda mortal
- Page 95 and 96: prospectivo, vertical e horizontal,
- Page 97 and 98: 1. O Cacumbi, manifestação da reg
- Page 99 and 100: tral — espécie de bateria — co
- Page 101 and 102: Desafio no rap emboladaÉ o Rap emb
- Page 103 and 104: Mente em açãoNote que o jogo desa
- Page 105 and 106: 104 De olho na Cultura
- Page 107 and 108: Levante de Sabres Africanos(Guellwa
- Page 109 and 110: línguas faladas no continente afri
- Page 111 and 112: ar um movimento em direção oposta
- Page 113 and 114: 4. Um dos significados de territori
- Page 115 and 116: Linguagem e poder... A começar do
- Page 117: termos lingüísticos com a finalid
- Page 122 and 123: MODALIDADES CULTURAISDE LINGUAGEML
- Page 124 and 125: Patrimônio oralNas unidades anteri
- Page 126 and 127: Soltando o verboO provérbio é out
- Page 128 and 129: Um traço marcante nas modalidades
- Page 130 and 131: Certo de que a Caveira não o decep
- Page 132 and 133: pre afirmam explicitamente uma verd
- Page 134 and 135: cas em histórias e tradições. Do
- Page 136 and 137: Mestre Lico: Tatu tá véio/ (coro)
- Page 138: Utilizando outras modalidades na fa
- Page 141 and 142: 140 De olho na Cultura
- Page 143 and 144: Os adornos corporais, os objetos ri
- Page 145 and 146: uso de madeira, que era entalhada c
- Page 147 and 148: Da África para o MundoPor muito te
- Page 149 and 150: pectiva e a ilusão de profundidade
- Page 151 and 152: Arte de MemóriaQuando o ser humano
- Page 153 and 154: Cultura e identidade na arteNem tod
- Page 155 and 156: África-Brasil - re/traduçãoNão
- Page 157 and 158: técnica e expressão artística, c
- Page 159 and 160: etratam suas lembranças de infânc
- Page 161 and 162: Pérolas do BrasilTambém nos anos
- Page 163 and 164: Afinal, o que é arte?Podemos aceit
- Page 165 and 166: Para dar certo: Encha a bexiga até
- Page 167 and 168: Caso esteja quebradiça, proceda da
- Page 169 and 170:
168 De olho na Cultura
- Page 171 and 172:
A cara negra da imprensaA imprensa
- Page 173 and 174:
Herbel e Tibério, o Teatro Experim
- Page 175 and 176:
Televisão em questãoA televisão,
- Page 177 and 178:
Em 1996, a Rede Manchete de Televis
- Page 179 and 180:
Cinema em preto e brancoNo Brasil d
- Page 181 and 182:
Luz, câmera... re/açãoA represen
- Page 183 and 184:
O papel da mídiana discussão étn
- Page 185 and 186:
etomado, mas também é generoso, p
- Page 187 and 188:
Capítulo 21. CARNEIRO, Sueli. Negr
- Page 189 and 190:
Capítulo 51. AREIAS, Almir. O que
- Page 191 and 192:
3. __________. “Colaboração, An
- Page 193 and 194:
5. RODRIGUES, João Carlos. O Negro
- Page 195 and 196:
194 De olho na Cultura
- Page 197:
Uma história do negro no Brasilde