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cultura 23 maio 06.pmd - Centro de Estudos Africanos da ...

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12MOURA, Diógenes. Um Jongo Para Nunca Esquecer.In: SPÍNOLA, Cláudio. Jongueiros do Taman<strong>da</strong>ré,Pinacoteca do Estado <strong>de</strong> São Paulo, 2002.Jongo do Taman<strong>da</strong>ré, Guaratinguetá/SP, 2/7/94.Festa <strong>de</strong> São Pedro. Batuques do Su<strong>de</strong>ste – DocumentosSonoros Brasileiros – Acervo Cachuera!Fechando e abrindo conversasOutra mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagem que une <strong>da</strong>nça, ritmo e versoscantados é o Jongo. De acordo com as pessoas mais antigas, oJongo significa sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, isto é, sau<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Mãe-África. Ele é umbatuque <strong>de</strong> origem congo-angolesa (Congo e Angola), tambémconhecido como ngoma (festa, casa, realeza, po<strong>de</strong>r, cargo, autori<strong>da</strong><strong>de</strong>).Um dos parentes mais próximos do samba, é praticado<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo do cativeiro pelos negros. Essa manifestação reúne,ao mesmo tempo, arte e religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ancestrali<strong>da</strong><strong>de</strong> e resistência.1 No capítulo X, você estu<strong>da</strong>rá mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente o jongocomo <strong>da</strong>nça. Aqui, preten<strong>de</strong>mos enfatizar o jongo como mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> linguagem: os jongueiros conversam entre si organizandoum enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> versos cantados, que são <strong>de</strong>nominados pontos.Há diferentes categorias <strong>de</strong> pontos: <strong>de</strong> louvação (sau<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s espirituais, <strong>de</strong> pessoas vivas ou mortas); os <strong>de</strong> visaria oubizarria (apresentam <strong>de</strong> modo satírico situações vivencia<strong>da</strong>s pelacomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>); os <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> ou porfia (<strong>de</strong>safios apresentados sempreem forma <strong>de</strong> enigmas a ser <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>dos pelo rival).Essa última categoria (<strong>de</strong>man<strong>da</strong>) faz uso <strong>de</strong> segredos mágicopoéticosque só alguns conhecem. Por exemplo, a força dos versosé tão gran<strong>de</strong> que faz com que uma pessoa fique imobiliza<strong>da</strong> aocantá-los. Eis o po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> palavra, que se dá com a força <strong>da</strong>poetici<strong>da</strong><strong>de</strong> para os que conhecem profun<strong>da</strong>mente a linguagememprega<strong>da</strong>.Estu<strong>da</strong>remos três textos que expressam a linguagem dojongo.1. Ponto <strong>de</strong> louvação - Maria José Martins, d. Zé, e AntoniaRita Jeremias, d. Tó.sinto sau<strong>da</strong><strong>de</strong>/<strong>de</strong> quem se foi (bis)/ sarava CanárioZumba (o meu filho) (minha mãe Preta) (as AlmaPreta) (a minha irmã) (Zé Capelão) (Dito pru<strong>de</strong>nte)...n´Aruan<strong>da</strong>. 22. Ponto <strong>de</strong> Bizarria – Cunha, Mestre Lico Sales, Zé <strong>de</strong>Toninho e João Rumo.134 De olho na Cultura

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