19.08.2015 Views

cultura 23 maio 06.pmd - Centro de Estudos Africanos da ...

cultura 23 maio 06.pmd - Centro de Estudos Africanos da ...

cultura 23 maio 06.pmd - Centro de Estudos Africanos da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A cara negra <strong>da</strong> imprensaA imprensa nacional é marca<strong>da</strong> pela censura e pela subserviênciaaos órgãos oficiais. Em 1746, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, foi inaugura<strong>da</strong> aprimeira tipografia, pelo português Antônio Isidoro <strong>da</strong> Fonseca.No ano seguinte, ela seria fecha<strong>da</strong> pela <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um documentooficial, a Carta Régia, que proibia a impressão <strong>de</strong> livros ou<strong>de</strong> papéis avulsos no Brasil, então colônia <strong>de</strong> Portugal.Em 1808, com a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> Coroa Portuguesa ao Brasil,surgiu a Imprensa Régia, que mais tar<strong>de</strong> passou a se chamar ImprensaNacional. Nessa época surgiram também dois jornais: oCorreio Braziliense e A Gazeta do Rio <strong>de</strong> Janeiro.O Correio Brasiliense, sob a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Hipólito José<strong>da</strong> Costa, foi editado em Londres, entre 1808 e 1822, o que levamuitos historiadores a consi<strong>de</strong>rar a Gazeta do Rio <strong>de</strong> Janeiro como oprimeiro jornal <strong>de</strong> fato brasileiro. Este, cujo primeiro número circulouem 10 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1808, tinha a função <strong>de</strong> transmitir asinformações dos órgãos oficiais.Nos jornais oficiais, o espaço <strong>de</strong>stinado à população negraeram os anúncios <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> escravos e os que ofereciam recompensapela captura <strong>de</strong> negros fugidos.Alguns jornais <strong>de</strong> curta duração surgidos nesse período tambémeram veículo propício para a difusão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais racistas epreconceituosos embutidos no discurso <strong>de</strong> intelectuais que a<strong>de</strong>riama teorias sobre a inferiori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população negra e sobre operigo <strong>da</strong> miscigenação, que, segundo esses princípios, provocariaa <strong>de</strong>generação <strong>da</strong> raça branca.Em contraparti<strong>da</strong>, os negros e abolicionistas, que semprehaviam criado os seus próprios mecanismos <strong>de</strong> resistência políticae <strong>cultura</strong>l, o fizeram também na imprensa, produzindo jornais<strong>de</strong>dicados à luta pelo abolicionismo e contra o preconceito racial.Em 14 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1833, foi fun<strong>da</strong>do o jornal O Homem<strong>de</strong> Cor, o primeiro <strong>da</strong> imprensa negra brasileira, pelo poeta, dramaturgoe tradutor carioca Francisco <strong>de</strong> Paula Brito.Brito iniciou sua carreira como aprendiz na Tipografia Nacional,quando adolescente, e veio a tornar-se o primeiro editor <strong>da</strong>170 De olho na Cultura

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!