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NUESTRO CUERPO NUESTRA MÚSICA - Facultad de Bellas Artes

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11 MO ENCUENTRO DE CIENCIAS COGNITIVAS DE LA MÚSICA<br />

ILUSÕES'RÍTMICAS'NA'BATERIA:'ASPECTOS'TEÓRICOS'E'<br />

COGNITIVOS'<br />

KARLA EVA PFÜTZENREUTER<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia<br />

Fundamentação<br />

A utilização <strong>de</strong> diferentes técnicas para gerar ilusões rítmicas é comum entre bateristas em diferentes<br />

estilos musicais. Estas técnicas ficaram conhecidas com os estudos do baterista<br />

americano David Garibaldi (1992) e do baterista inglês Gavin Harrison (1994). Ao analisar relações<br />

e interpretações temporais, Harrison apresentou uma abrangente coletânea <strong>de</strong><br />

técnicas utilizando ritmos populares norte americanos <strong>de</strong> maneira ambígua, para iludir o ouvinte.<br />

Mostra-se importante ressaltar que também é possível encontrar um tipo <strong>de</strong> ilusão rítmica,<br />

mesmo se não <strong>de</strong>clarada como esta, nos estudos <strong>de</strong> Gramani (1988). O autor aplica o conceito<br />

<strong>de</strong> ritmos cruzados a ritmos brasileiros, tratando-os, com toda razão, como estudos <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>pendência. Mesmo assim, uma ilusão rítmica apresenta-se implícita na i<strong>de</strong>ia do autor, pois<br />

dois compassos diferentes tocados ao mesmo tempo, efetuam ciclos rítmicos simultâneos, os<br />

quais se reencontam <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um certo tempo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos valores métricos. Assim,<br />

eles apresentam duas referências para a orientação perceptiva do ouvinte.<br />

Segundo Deutsch (1975), estímulos sonoros não chegam ao nosso ouvido <strong>de</strong> maneira separada,<br />

mas sim interagindo entre si e conectados um ao outro. Isto é <strong>de</strong>rivado do fato <strong>de</strong> que o<br />

cérebro humano organiza sequências <strong>de</strong> som para uma estrutura (Levitin, 2010). Segundo<br />

Levitin (2010), o cérebro extrai diferentes caraterísticas das informações sonoras e, ao fazer<br />

isso, segue um processo <strong>de</strong> inferência, o qual inclui o reconhecimento do gênero ou o estilo<br />

musical. A geração <strong>de</strong> uma ilusão rítmica se baseia nestas organizações por experiências,<br />

através <strong>de</strong> pequenas modificações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um dado ritmo. Assim, o ouvinte po<strong>de</strong> perceber<br />

uma mudança <strong>de</strong> andamento, compasso, feel, etc. “Mo<strong>de</strong>ls of Meter Perception” <strong>de</strong> Longuet-<br />

Higgins & Lee (1982) e Parncutt (1994), e as abordagens <strong>de</strong> Pflei<strong>de</strong>rer (2006) sobre as bases<br />

psicológicas da percepção rítmica, também apresentam valiosas contribuições para o entendimento<br />

das ilusões rítmicas.<br />

Objetivo<br />

Embora existam métodos que abor<strong>de</strong>m conceitos para a geração e execução <strong>de</strong> ilusões rítmicas<br />

na bateria, a abordagem científica <strong>de</strong>sses respectivos processos cognitivos envolvidos na<br />

execução e percepção <strong>de</strong> ilusões rítmicas encontra-se escassa. Desta maneira, o objetivo do<br />

presente estudo é apresentar uma visão geral sobre as técnicas existentes na execução musical<br />

na bateria, para iludir o ouvido, a qual será exemplificada no ritmo afro-brasileiro ijexá. Em<br />

seguida, a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsa revisão <strong>de</strong> literatura, preten<strong>de</strong>-se discutir os processos cognitivos<br />

envolvidos nessas técnicas e a importância <strong>de</strong> se conhecê-las para garantir uma<br />

aplicação consciente por parte do instrumentista.<br />

Contribuição Principal<br />

Um conhecimento alargado dos processos envolvidos nas técnicas <strong>de</strong> ilusões rítmicas, fornece<br />

uma eficiente plataforma para a comunicação entre o instrumentista e o ouvinte. Além<br />

disso, a utilização das ilusões rítmicas tem potencial <strong>de</strong> aplicação para outros instrumentos.<br />

Por estas não se restringirem somente aos bateristas e ao ambiente da música popular, adaptá-las<br />

para cada relativa realida<strong>de</strong> musical, po<strong>de</strong> também servir como estratégia <strong>de</strong> prática<br />

instrumental pois revela inseguranças no timing e promove uma maior exatidão rítmica.<br />

Implicanções<br />

Através da observação das técnicas <strong>de</strong> ilusões rítmicas elencadas em conjunto com uma<br />

abrangente revisão <strong>de</strong> literatura, serão analisados os seguintes questionamentos, partindo <strong>de</strong><br />

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