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NUESTRO CUERPO NUESTRA MÚSICA - Facultad de Bellas Artes

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Musicoterapia<br />

Método<br />

Para análise dos dados utilizamos Ethnographic Descriptive Approach to Vi<strong>de</strong>o Microanalysis<br />

(Holck, 2007) <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os musicoterapêuticos. Seis (6) atendimentos <strong>de</strong> musicoterapia foram<br />

registrados não consecutivamente e analisados segundo a abordagem <strong>de</strong>scritiva etnográfica.<br />

Quatro etapas compuseram o processo <strong>de</strong> análise: seleção das imagens, transcrição, padrão<br />

<strong>de</strong> generalização análise vertical e horizontal e interpretação. Esta ferramenta <strong>de</strong>scritiva trabalha<br />

com o cruzamento <strong>de</strong> informações colocadas na horizontal (linhas) com as colocadas na<br />

vertical (colunas), etapa <strong>de</strong> transcrição. No centro do quantitativo das linhas está a <strong>de</strong>scrição,<br />

com uma linguagem a<strong>de</strong>quada, das interações musicais entre musicoterapeuta e participante.<br />

Ao redor, para cima ficam as <strong>de</strong>scrições do participante e para baixo do musicoterapeuta.<br />

Nessas linhas são colocados critérios a partir do objeto <strong>de</strong> estudo. Nesta pesquisa: a <strong>de</strong>scrição<br />

<strong>de</strong> expressões corporais, a direção do olhar e o fazer musical <strong>de</strong> ambos, etapa <strong>de</strong> padrão<br />

<strong>de</strong> generalização. Nas colunas está a marcação do tempo <strong>de</strong>corrido (cronometro). Por essa<br />

especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scritiva os recortes são <strong>de</strong> pouca duração e permitem olhar e escutar as<br />

ações <strong>de</strong> ambos em <strong>de</strong>terminado ponto do cronometro. Essa ferramenta apresenta outra característica<br />

interessante, pois, o <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong> colunas e linhas nos oferece uma parte dos<br />

resultados, mas, não os resultados em si. Foi preciso retornar a cada planilha <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrições<br />

para estudá-la e enfim compreen<strong>de</strong>r o que uma microanalise oferece enquanto padrão <strong>de</strong><br />

mudança e o objetivo da interação, etapa da interpretação. Ou seja, retornar ao contexto do<br />

processo <strong>de</strong> cada um dos participantes. As <strong>de</strong>scrições dos conhecimento sensível visíveis,<br />

nessas experiências musicais sem o uso <strong>de</strong> canções nos ajudam a compreen<strong>de</strong>r que a musicalida<strong>de</strong><br />

no contexto da Musicoterapia constitui-se como os aspectos sensíveis da interação<br />

musicoterapêutica. As cenas selecionadas levaram em conta as experiências musicais sem o<br />

uso <strong>de</strong> canções, experiências musicais <strong>de</strong> improvisação. Privilegiou-se assim, os momentos<br />

<strong>de</strong> manifestações das sensações, do sentir pelo sentir, do emocionar-se, do <strong>de</strong>ixar-se levar<br />

pelo fluxo da música. Uma exceção foi dada para sons <strong>de</strong> vogais por fazerem parte do processo<br />

terapêutico em questão ou quando colocadas como motivadoras.<br />

Resultados<br />

Os resultados apontam para as especificida<strong>de</strong>s da construção musical compartilhada no atendimento.<br />

Ou seja, a experiência estética musical é vivida na medida do envolvimento <strong>de</strong> cada<br />

pessoa participante e se dá: ao se escutar o som que outra pessoa produz se escutar o som<br />

que se produz, e ambos, no fazer musical em conjunto. As mudanças <strong>de</strong> células rítmicas, mudanças<br />

<strong>de</strong> harmonia, mudanças <strong>de</strong> dinâmica no fazer musical <strong>de</strong> ambos, musicoterapeuta e<br />

participante revelam mudanças corporais em ambos. Isso se <strong>de</strong>ve pelo aspecto do inesperado,<br />

provocativo, motivador (dinâmica, rítmica e cadência).Com as etapas da generalização e<br />

interpretação dos dados duas categorias foram encontradas: ‘mudanças espontâneas’ e ‘ludicida<strong>de</strong>’.<br />

Conclusões<br />

A metodologia <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição etnográfica é efetiva nessa pesquisa, pois esse instrumento é<br />

a<strong>de</strong>quado quando o musicoterapeuta quer estar ciente das interações que ocorrem e estão<br />

em parte ou totalmente fora <strong>de</strong> sua consciência, ou porque é um dado adquirido, ou por causa<br />

<strong>de</strong> 'pontos cegos' na forma como eles são percebidos. Por essa razão o trabalho <strong>de</strong> microanálise<br />

em pesquisas empíricas nos permite uma aproximação com as especificida<strong>de</strong>s do manejo<br />

da Música em Musicoterapia. A musicalida<strong>de</strong> no trabalho da musicoterapia amplia sua funcionalida<strong>de</strong>,<br />

ao representar mais que uma qualida<strong>de</strong> do fazer musical <strong>de</strong> uma pessoa, e ser um<br />

caminho <strong>de</strong> entendimento dos processos cognitivos musicais e não musicais <strong>de</strong> cada pessoa.<br />

Os resultados, como um todo, não po<strong>de</strong>m ser generalizados, mas as particularida<strong>de</strong>s do fazer<br />

musical do musicoterapeuta po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scritos e tabulados como específicos <strong>de</strong>stes profissionais<br />

quanto à escuta e a construção musical em função dos objetivos traçados para cada<br />

participante.<br />

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