12.04.2013 Views

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

através de um sist<strong>em</strong>a ou apriorismo interpretativo, como se pensou,<br />

tradicionalmente, <strong>em</strong> termos de método ao longo <strong>da</strong> história de Hermenêutica, já<br />

que para o pai <strong>da</strong> fenomenologia o sentido se manifestava na intuição e na ação <strong>da</strong><br />

consciência. De um modo geral, essa postura epist<strong>em</strong>ológica fenomenológica<br />

cunha<strong>da</strong> por Husserl orientou a Nova Hermenêutica proposta por Heidegger e<br />

Ga<strong>da</strong>mer, <strong>em</strong>bora esses dois filósofos discor<strong>da</strong>ss<strong>em</strong> <strong>da</strong> <strong>teoria</strong> de Husserl no que diz<br />

respeito à centrali<strong>da</strong>de do sujeito na constituição do sentido.<br />

Além dessas contribuições do método fenomenológico de Husserl, a Nova<br />

Hermenêutica Fenomenológica de Heidegger e Ga<strong>da</strong>mer assimilou também<br />

importantes contribuições <strong>da</strong> Filologia e Hermenêutica românticas. Dessa forma,<br />

eles receberam lições fun<strong>da</strong>mentais de Friedrich Ast e Friedrich August Wolf. Esses<br />

dois filósofos modificaram a perspectiva <strong>da</strong> Hermenêutica ao promoveram a<br />

compreensão à condição de primazia, pois eles comungavam <strong>da</strong> opinião de que a<br />

compreensão e a explicação são ativi<strong>da</strong>des distintas, sendo essa segun<strong>da</strong> tarefa<br />

<strong>hermenêutica</strong> s<strong>em</strong>pre realiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> função <strong>da</strong> primeira.<br />

Mas foi o filósofo e teólogo Schleiermacher que, sob a influência de Ast e<br />

Wolf, tornou, definitivamente, a explicação uma “província <strong>da</strong> compreensão”, pois foi<br />

ele qu<strong>em</strong> selou uni<strong>da</strong>de e inseparabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> subtilitas intelligendi, compreensão,<br />

com a subtilitas explicandi, explicação ou interpretação. Segundo Ga<strong>da</strong>mer, depois<br />

<strong>da</strong> Hermenêutica romântica: A interpretação não é um ato posterior e<br />

ocasionalmente compl<strong>em</strong>entar à compreensão. Antes, compreender é s<strong>em</strong>pre<br />

interpretar, é, por conseguinte, a interpretação é a forma explícita <strong>da</strong> compreensão.<br />

(GADAMER, 2008, p.406). Na reali<strong>da</strong>de, o hermeneuta romântico tomou a<br />

explicação como uma arte responsável pela formulação retórica <strong>da</strong> compreensão,<br />

isto é, pela competência de transformá-la <strong>em</strong> discurso. Desse modo, esse filósofo<br />

passa a considerar a compreensão o ponto de parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> investigação<br />

<strong>hermenêutica</strong>. De acordo com Palmer (1969):<br />

E assim Schleiermacher coloca esta questão geral como ponto de<br />

parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua <strong>hermenêutica</strong>: como é que to<strong>da</strong> ou qualquer<br />

expressão linguística, fala<strong>da</strong> ou escrita, é compreendi<strong>da</strong>? A situação<br />

de compreensão pertence a uma relação de diálogo. Em to<strong>da</strong>s as<br />

situações desse tipo há uma pessoa que fala, que constrói uma frase<br />

com sentido, e há uma pessoa que ouve. O ouvinte recebe uma série<br />

de meras palavras, e subitamente, através de um processo<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!