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a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

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efeitos ético-estéticos <strong>da</strong>s obras sobre varia<strong>da</strong>s épocas históricas. Dessa maneira,<br />

percebe-se que na base <strong>da</strong> Teoria <strong>da</strong> Recepção está a orientação do Estruturalismo<br />

tcheco, que diferent<strong>em</strong>ente do Estruturalismo francês <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 60, abriu um<br />

campo de estudo no qual estética, <strong>recepção</strong> e historici<strong>da</strong>de se entrecruzaram.<br />

De acordo com a metodologia de estudos de Jauss (2002), que visa à análise<br />

<strong>da</strong> “experiência do leitor” ou <strong>da</strong> “socie<strong>da</strong>de de leitores”, deve-se levar <strong>em</strong><br />

consideração dois momentos na análise literária: o do “efeito”, momento<br />

condicionado pelo texto, e o <strong>da</strong> “<strong>recepção</strong>”, condicionado pelo destinatário. Nesse<br />

sentido, para a Estética <strong>da</strong> Recepção, os leitores constro<strong>em</strong> os sentidos <strong>da</strong>s obras<br />

condicionados tanto pelos horizontes internos <strong>da</strong>s obras quanto pelos contextos<br />

históricos dos próprios leitores. Sugestionado pela “história dos efeitos” e pela<br />

“dialética socrática” de Ga<strong>da</strong>mer, Jauss assevera que essa prática metodológica de<br />

reconstituir os horizontes de expectativas <strong>em</strong> que as obras foram cria<strong>da</strong>s e<br />

recebi<strong>da</strong>s possibilita ao analista <strong>da</strong> literatura recuperar as perguntas latentes a que<br />

essas obras responderam provisoriamente.<br />

Para ele, este conhecimento revelaria o impacto <strong>da</strong>s obras ao longo de sua<br />

<strong>recepção</strong> histórica e as produções de sentidos, o que revela a sua concordância<br />

com Ga<strong>da</strong>mer, pois, para ambos, não existe a “interpretação”, e sim “interpretações”.<br />

Em outras palavras, compreender-interpretar significa um acontecimento e um<br />

evento. Por esse motivo, na esteira do autor de Ver<strong>da</strong>de e Método, Jauss desloca a<br />

noção de “ver<strong>da</strong>de” do sentido, mesmo que provisória, para o poder <strong>da</strong> “dialética<br />

socrática” do que para a questão do método, haja vista ser essa orientação<br />

fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> Nova Hermenêutica.<br />

No que se refere à interação texto e leitor na Estética de Recepção fica claro<br />

que a noção do leitor implícito fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Roman Ingarden e potencializa<strong>da</strong> por<br />

Wolfgang Iser foi engloba<strong>da</strong> pelo projeto de Jauss, no entanto, ele criou outra<br />

categoria de leitor, “o leitor explícito”, para <strong>da</strong>r conta de seu <strong>em</strong>preendimento teórico.<br />

Segundo Robson Coelho Tinoco, <strong>em</strong> seu livro, Leitor Real e Teoria <strong>da</strong> Recepção –<br />

Travessias cont<strong>em</strong>porâneas, esclarece que:<br />

Para Jauss, a estética <strong>da</strong> <strong>recepção</strong> resulta na mu<strong>da</strong>nça do foco para<br />

a apreensão de texto literário, foco <strong>em</strong> que o leitor assume uma<br />

condição indispensável para essa devi<strong>da</strong> apreensão. Para o crítico,<br />

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