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a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

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edução eidética, mobilizou <strong>em</strong> torno dele uma teia de admiradores, como Heidegger<br />

e Roman Ingarden, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que Husserl, de forma revolucionária, unia por<br />

meio de um método uma <strong>teoria</strong> do conhecimento à ontologia. Muitos entusiastas do<br />

primeiro Husserl, ou melhor, do livro As Investigações Lógicas, viram no método<br />

fenomenológico um novo t<strong>em</strong>po para as investigações relaciona<strong>da</strong>s à questão do<br />

sentido.<br />

Por outro lado, quando a <strong>teoria</strong> desse filósofo adotou a doutrina <strong>da</strong> redução<br />

transcendental, <strong>em</strong> que a consciência se volta para si mesma, visando apenas o ato<br />

intencional, muitos de seus seguidores romperam, parcialmente, com ele. Nessa<br />

fase, o autor de As investigações Lógicas rompeu com aquela implicação entre<br />

realismo e idealismo e enveredou rumo ao idealismo, pois ele passou a nutrir a<br />

crença de que a pura ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> consciência era a orig<strong>em</strong> <strong>da</strong>s significações do<br />

mundo.<br />

A Fenomenologia de Husserl, de certo modo, entusiasmou, parcialmente, o<br />

jov<strong>em</strong> filósofo Martin Heidegger. De acordo com Hans Georg Ga<strong>da</strong>mer (2009), esse<br />

jov<strong>em</strong> filósofo, <strong>em</strong> Freiburg, limitava as suas conferências sobre o seu antigo mestre<br />

aos seus primeiros livros e recusava, diplomaticamente, a seguir a revolução do<br />

pensamento dele rumo ao “eu” transcendental.<br />

Embora Heidegger tenha trazido lições importantes <strong>da</strong> Fenomenologia para a<br />

sua filosofia, ele rompeu com as diretrizes fun<strong>da</strong>mentais do criador dessa filosofia. O<br />

autor de Ser e T<strong>em</strong>po realizou um percurso filosófico que se iniciou com reservas ao<br />

essencialismo filósofo. Aos poucos, a Fenomenologia desse estudioso foi se<br />

distanciando <strong>da</strong> de Husserl, pois, como acerta<strong>da</strong>mente l<strong>em</strong>bra Ernildo Stein (2005),<br />

enquanto o primeiro transformou a ontologia <strong>em</strong> Fenomenologia, o segundo<br />

revolucionou a Fenomenologia para recolocar a questão <strong>da</strong> ontologia, porque<br />

Heidegger não recorreu à descrição proposta por Husserl, mas à metafísica grega.<br />

Na Fenomenologia de Husserl, por ex<strong>em</strong>plo, os seres são visados de modos<br />

distintos pela intuição eidética, <strong>da</strong>í a existência de várias regiões do Ser, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, as regiões <strong>da</strong> literatura, <strong>da</strong> geometria, <strong>da</strong> recor<strong>da</strong>ção, etc. fun<strong>da</strong>m, por sua<br />

vez, diferentes essências para os seres. E é dessa forma que o próprio método<br />

fenomenológico realiza ontologia, pois para ele o sentido se confunde com a<br />

essência, isto é, aquilo que é s<strong>em</strong>pre idêntico a si mesmo, independente <strong>da</strong><br />

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