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a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

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tornarmos mais conscientes de uma ontologia do saber. 27 Nesse sentido, parece<br />

que depois <strong>da</strong> Fenomenologia, que t<strong>em</strong> por telos a ontologia, as noções de<br />

compreensão e existência tornaram-se inseparáveis, assim como o discurso do<br />

método apriorístico, com suas grelhas de leituras, foi arregimentado também para os<br />

horizontes do Ser.<br />

CONCLUSÃO<br />

O nosso percurso arqueológico rumo aos fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> Nova<br />

Hermenêutica mostrou-nos que, a partir <strong>da</strong> Hermenêutica romântica, os interesses e<br />

as concepções dessa prática milenar sofreram modificações significativas. Desse<br />

modo, quando Schleiermacher imbricou a compreensão na interpretação, já que,<br />

para ele, os probl<strong>em</strong>as <strong>da</strong> interpretação eram inerentes aos <strong>da</strong> compreensão, ele<br />

abriu precedentes para se pensar ca<strong>da</strong> vez mais sobre o evento <strong>da</strong> compreensão.<br />

Com essas idéias, o teólogo e hermeneuta al<strong>em</strong>ão orientou os estudos<br />

hermenêuticos para o “ouvir” e o “diálogo”, isto é, para os fun<strong>da</strong>mentos primários <strong>da</strong><br />

<strong>recepção</strong>.<br />

Desse modo, a propensão à compreensão proveniente do século XIX filiou-se<br />

ao discurso existencialista de Heidegger, que transformou a compreensão <strong>em</strong><br />

evento ontológico, deslocando a ênfase do texto para existência, pelo menos no que<br />

se refere a Ser e T<strong>em</strong>po. Nessa mesma direção, seu discípulo Hans-Georg<br />

Ga<strong>da</strong>mer seguiu rumo à tradição <strong>da</strong> compreensão volta<strong>da</strong> para o diálogo e fundou<br />

uma Hermenêutica pauta<strong>da</strong> numa espécie de diálogo socrático.<br />

Por outro lado, soma-se a essa trajetória <strong>da</strong> Hermenêutica o advento <strong>da</strong><br />

Fenomenologia, cria<strong>da</strong> por Husserl, que, através de sua proposta de intuição<br />

racional, ofertou-nos uma <strong>nova</strong> imag<strong>em</strong> <strong>da</strong> produção de sentido.<br />

27 L<strong>em</strong>bramo-nos Franco que: “É muito importante notar, porém, que Ricouer não se transforma <strong>em</strong><br />

um existencialista. Seu t<strong>em</strong>a é existencial, mas a sua metodologia não é existencialista. É<br />

<strong>hermenêutica</strong>. Ele interpreta as expressões existências, <strong>em</strong> vez de diretamente analisar a experiência<br />

humana.” (FRANCO, 1995, p.43).<br />

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