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a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

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entes parec<strong>em</strong> <strong>em</strong> seu ser: os animais <strong>em</strong> sua animali<strong>da</strong>de, os<br />

instrumentos <strong>em</strong> sua instrumentali<strong>da</strong>de, os homens <strong>em</strong> sua<br />

humani<strong>da</strong>de, etc.(LEÃO, 1991, p.110)<br />

Com a categoria do Dasein, Heidegger instaura na <strong>teoria</strong> do conhecimento<br />

uma relação orgânica entre situação, compreensão e interpretação. O Dasein que<br />

habita o mundo, antes de sua orientação no mundo, já se encontra <strong>em</strong> “comércio”<br />

com as possibili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> existência, antes de se projetar nelas. Desse modo, o<br />

Dasein é compreendido como um ser dotado de possibili<strong>da</strong>des, porque faz parte de<br />

sua ontologia fun<strong>da</strong>mental possuir possibili<strong>da</strong>des, fruto de um espaço aberto pela<br />

existência <strong>em</strong> que esse Dasein “está” inserido. Segundo Benedito Nunes (1992), a<br />

palavra “possibili<strong>da</strong>de” estaria mais próxima <strong>da</strong> acepção de “potência”. Seria a<br />

potência já determina<strong>da</strong> pela existência, antes de concretizar-se numa <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

instância <strong>em</strong>pírica. Isto quer dizer que qualquer espécie de “comportamento” ou de<br />

ativi<strong>da</strong>de do hom<strong>em</strong> é um modo de existência e, como tal, é uma possibili<strong>da</strong>de do<br />

Dasein. Ca<strong>da</strong> modo de existência traz a compreensão de nós mesmos e do mundo.<br />

Com Heidegger, a compreensão deixa de ser entendi<strong>da</strong> como a apreensão de um<br />

“fato”, para torna-se uma adequação do poder-ser (potência) às possibili<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

existência, já que o Dasein existe projetando-se na existência. Para Heidegger<br />

(2009), esse projeto não nos r<strong>em</strong>ete para um plano previamente traçado por nós no<br />

qual, posteriormente, lançaríamos o nosso ser, mas, pelo contrário, na condição de<br />

homens (Dasein), seres existentes, já estamos projetados na existência e no<br />

percurso de nossa existência seguimos projetando-nos para frente, ao encontro de<br />

nossas possibili<strong>da</strong>des. Porém, a partir desse projeto, Heidegger vislumbra uma<br />

promoção do Ser, pois para ele: “A presença 7 é a possibili<strong>da</strong>de de ser livre para o<br />

poder-ser mais próprio”. (HEIDEGGER, 2009, p.204). Logo, a primazia <strong>da</strong><br />

compreensão recai sobre um círculo hermenêutico no qual não há questionamentos<br />

que não tenham implicações e pressupostos, do mesmo modo que to<strong>da</strong><br />

“interpretação” enre<strong>da</strong> o “intérprete” e vice-versa.<br />

Heidegger, de acordo com isso, nega o primado epist<strong>em</strong>ológico “clássico”,<br />

caracterizado pela relação analítico-explicativo existente entre um sujeito<br />

7 “Presença” aqui é mesmo que Dasein<br />

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