12.04.2013 Views

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

a nova hermenêutica e teoria da recepção em jauss e ricoeur

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2. Fenomenologia do Olhar e a Moderna Teoria <strong>da</strong> Literatura<br />

2.1 O Olhar Fenomenológico de Husserl e Heidegger<br />

A Fenomenologia hermenêutico-ontológica de Martin Heidegger apresentou-<br />

se como um “corpo estranho” <strong>em</strong> meio ao cenário intelectual europeu do início do<br />

século XX. Embora Heidegger tenha sido assistente de Edmund Husserl e dedicado<br />

a ele uma de suas principais obras, Ser e T<strong>em</strong>po, a sua filosofia trilhou, <strong>em</strong> parte,<br />

um itinerário particular <strong>em</strong> relação à de seu antigo mestre.<br />

O projeto fenomenológico husserliano aspirava a uma metodologia rigorosa,<br />

chegando ao ponto de Husserl declarar que os “ver<strong>da</strong>deiros positivistas eram os<br />

fenomenólogos”. Em virtude disso, o pai <strong>da</strong> fenomenologia, no início do século XX,<br />

trabalhou incansavelmente para ofertar ao Ocidente, que estava <strong>em</strong> crise quanto<br />

aos paradigmas científicos, um método de estudos confiável aos pesquisadores.<br />

Desse modo, o método fenomenológico surgiu do desejo de desvencilhar o<br />

conhecimento científico do <strong>em</strong>pirismo filosófico e <strong>da</strong> psicologia do século XIX, que<br />

dominavam esse cenário intelectual, s<strong>em</strong>, contudo, retirar do sujeito a posição de<br />

privilégio no quadro <strong>da</strong> <strong>teoria</strong> do conhecimento. Husserl, portanto, passou a<br />

combater a forma naturaliza<strong>da</strong> como essas investigações explicavam os<br />

“fenômenos” produzidos pelos sujeitos, geralmente, através de explicações<br />

causalistas que correlacionavam a ação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sobre a consciência deles.<br />

No início do desenvolvimento do seu método fenomenológico, Husserl<br />

encontrou uma alternativa que punha <strong>em</strong> suspenso o antigo probl<strong>em</strong>a<br />

epist<strong>em</strong>ológico referente à questão sujeito versus objeto. Para tal <strong>em</strong>preendimento,<br />

o pai <strong>da</strong> Fenomenologia doou à consciência uma vi<strong>da</strong> dinâmica própria, pois se<br />

Descartes se ocupou com o “eu penso”, esse filósofo al<strong>em</strong>ão inovou com a<br />

concepção de que a consciência pensa o pensado, porque, para ele, to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> consciência parte de algo conhecido. Desse modo, Husserl punha fim à querela<br />

sujeito-objeto, já que, para ele, não existia objeto s<strong>em</strong> a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> consciência do<br />

sujeito. Nesse sentido, a relação entre objeto e sujeito na fenomenologia, segundo o<br />

epist<strong>em</strong>ólogo al<strong>em</strong>ão Johannes Hessen, interag<strong>em</strong> de tal forma:<br />

14

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!