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Joao-Barone-1942

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de telefonar para casa ou para o trabalho, a fim de que avisassem sobre o motivo da<br />

demora.<br />

Para lutar pela democracia e pelo mundo livre, os brasileiros eram obrigados a<br />

passar por essas agruras, antes de entrar em combate.<br />

Os pracinhas<br />

A população masculina, dividida entre os que se apresentavam voluntariamente<br />

e os que tiveram que se alistar compulsoriamente, comparecia nas juntas militares e<br />

nos quartéis, em resposta ao chamado das Forças Armadas. Ficou claro que apenas<br />

o voluntariado não seria capaz de juntar homens em número suficiente. Por conta da<br />

tenra idade dos alistados, surgiu o termo carinhoso que passaria a designar os<br />

integrantes da FEB: “pracinhas”.<br />

No Brasil, o ato do alistamento é conhecido como “sentar praça”. “Praça”, além<br />

de indicar o local onde fica um quartel, também é a designação para soldado raso em<br />

serviço. O jovem praça alistado para compor a FEB passou então a ser conhecido<br />

como “pracinha”.<br />

O termo até hoje não tem uma versão oficial para seu surgimento, mas, em<br />

pouco tempo, toda a população, os jornais e as rádios se referiam ao contingente da<br />

FEB como sendo composto pelos pracinhas. O nome difundiu-se. Era uma forma<br />

terna de se referir ao soldado brasileiro. O termo no diminutivo nunca foi<br />

considerado desrespeitoso ou depreciativo aos jovens praças que seriam enviados<br />

para a guerra. As mães, os pais, as namoradas, as irmãs, os irmãos, todos se referiam<br />

com muito orgulho ao parente que se tornou um pracinha. A imprensa e as<br />

autoridades passaram a se referir assim aos representantes da Força Militar brasileira.<br />

Nos dias de hoje, é um pouco difícil entender a escolha de um termo tão singelo<br />

para nomear soldados rumo ao combate. Seria mais compreensível um nome rude e<br />

agressivo para apelidar nossos guerreiros.<br />

Os soldados americanos, por exemplo, eram conhecidos pela fria e impessoal<br />

abreviatura G.I. — Government Issue (Artigo do Governo), ou pelo apelido<br />

recebido em campo de batalha: “dog face” (cara de cachorro). Muitas vezes os<br />

comandantes Aliados se referiam aos seus comandados como “nossos rapazes”.<br />

Seria comprovado que a aparente ternura ao se referir aos soldados da FEB como

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