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Joao-Barone-1942

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8. NASCE A FEB<br />

Em meados de 1943, o jovem soldado Dálvaro José de Oliveira ainda sentia as<br />

terríveis lembranças dos torpedeamentos que presenciou. Quando houve a<br />

convocação geral para formação da Força Expedicionária Brasileira, Dálvaro, que já<br />

estava em serviço, tratou de se apresentar. Treinou nas unidades da Artilharia do<br />

Distrito Federal, na Vila Militar, preparando-se para vingar seus amigos que<br />

morreram nos torpedeamentos, sentimento que orientou seu espírito por todo o<br />

tempo. Mas outro pensamento vez por outra o incomodava involuntariamente: será<br />

que dessa vez sobreviveria à guerra, ou sua cota de sorte haveria acabado, após dois<br />

torpedeamentos<br />

A tarefa de organizar a FEB seria um enorme desafio, e o tempo disponível era<br />

curto. Havia urgência em aproveitar aquele momento para incluir o Brasil no seleto<br />

grupo dos países Aliados. Alguns relatos acusam a existência de planos para a<br />

criação de uma força expedicionária brasileira ainda em 1941, mas só no início de<br />

1943 Vargas aprovou a formação de um corpo expedicionário, cuja estrutura<br />

logística dependeria diretamente do apoio militar americano.<br />

A partir de junho daquele ano, militares brasileiros foram encaminhados para<br />

prestar cursos preparatórios nas várias escolas militares norte-americanas, como a de<br />

Comando e Estado-Maior, em Leavenworth, de Infantaria, em Fort Benning, de<br />

Artilharia, em Fort Sill, de Engenharia, em Greenville, de Material Bélico, em<br />

Aberdeen, de Blindados, em Fort Knox, e de Estado-Maior, em Fort Jackson. O<br />

representante militar do Brasil em Washington, general Leitão de Carvalho, reportou<br />

ao chefe do Estado-Maior americano, general George Marshall, as intenções<br />

brasileiras de formar um corpo expedicionário com três divisões. O alto-comando<br />

americano se perguntava por que enviar tropas brasileiras para lutar, uma vez que<br />

não havia nenhuma imposição por parte do governo Roosevelt nesse sentido, mas<br />

apenas a vontade do próprio governo brasileiro.<br />

O Ministério da Guerra do governo Vargas, chefiado pelo general Eurico Gaspar<br />

Dutra, tinha em seus planos a mobilização de cem mil homens para formar três<br />

divisões de um corpo expedicionário. O general Dutra tentou obter de todas as

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