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Joao-Barone-1942

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novos armamentos fornecidos pelos americanos. No começo dos anos 1940, o<br />

Exército brasileiro ainda utilizava fuzis e canhões alemães, além de metralhadoras<br />

francesas, todos da época da Primeira Guerra Mundial. Apesar de ser a segunda<br />

nação americana a utilizar carros de combate, comprados dos franceses nos anos<br />

1920, a motomecanização no Exército só aconteceu de fato em <strong>1942</strong>, com a chegada<br />

dos veículos militares americanos em quantidade, inclusive o lendário jipe,<br />

caminhões para transporte de tropas e veículos blindados. Estes já eram modelos<br />

obsoletos na época, como o tanque leve Stuart M-3 e o veículo blindado de quatro<br />

rodas Scout Car.<br />

A formação do novo soldado brasileiro dependia do treino e do conhecimento<br />

das táticas modernas usadas em combate, baseadas na vivência em campo de<br />

batalha, que era trazida por soldados que estiveram em ação. Instrutores americanos<br />

estavam previstos para transmitir esses conhecimentos, e chegaram ao país somente<br />

no início de 1944. O chefe da comitiva militar americana no Brasil era o general<br />

Lehman Miller, que estranhava o pró-germanismo ainda presente no alto-comando<br />

do Exército brasileiro.<br />

Cadetes revoltados refugam ideologia nazi<br />

Se na Argentina havia uma presença marcante de militares alemães treinando as Forças Armadas<br />

locais, no Brasil, algumas tentativas de orientar as forças militares brasileiras pela doutrina alemã até<br />

foram arriscadas pelos simizantes germânicos do governo Vargas. O relato do brigadeiro Rui Moreira<br />

Lima — um dos mais conhecidos integrantes do Senta a Pua! — conta sobre um dia qualquer em 1941<br />

em que uma comitiva alemã chegou ao centro de treinamento de cadetes no Campo dos Afonsos, no<br />

Rio de Janeiro, para a exibição de um filme que supostamente mostrava o treinamento e o uso de<br />

aeronaves da Força Aérea alemã.<br />

O então aspirante Moreira Lima, juntamente com uma turma de cerca de cinquenta cadetes, esperava<br />

pelo começo da sessão, quando um dos militares brasileiros da comitiva passou a demonstrar um claro<br />

favoritismo pela doutrina nazista. A turma toda se incomodou com o fato, e, assim que se apagaram as<br />

luzes para a exibição, constatou-se que o filme, na verdade, era uma peça de propaganda nazista.<br />

Foi então que se iniciou uma algazarra, com os cadetes vaiando e insultando os militares e a comitiva<br />

alemã que estavam presentes. Os jovens integrantes da Aeronáutica naquele momento já deixavam<br />

claro que os brasileiros repudiavam o nazifascismo. O cadete Rui Moreira Lima e sua turma<br />

receberam as punições cabíveis por parte do comando, na verdade uma reprimenda sobre a cortesia

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