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Joao-Barone-1942

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participaram da guerra. Alguns ocupam áreas muito grandes, como o cemitério<br />

alemão em Passo della Futa, perto de Florença, com mais de trinta mil mortos<br />

enterrados no local, ou o cemitério polonês em Bolonha, com mais de mil cruzes. O<br />

cemitério americano em Florença ocupa setenta acres e tem mais de quatro mil<br />

lápides. Mais ao sul, o cemitério inglês do rio Sangro tem cerca de três mil lápides, e<br />

o cemitério em Cassino tem mais de quatro mil, sem contar os existentes em Anzio e<br />

na Sicília. Mas, por razões desconhecidas, o pequeno terreno onde está o<br />

Monumento Votivo Brasileiro, em Pistoia, até hoje não foi doado ao governo<br />

brasileiro. Enquanto os entendimentos diplomáticos entre o governo italiano e o<br />

brasileiro não chegarem a um termo, o Brasil continuará inaceitavelmente pagando<br />

uma tarifa simbólica pelo uso daquela área em Pistoia, onde, sob o eterno fogo<br />

solene, encontra-se o soldado brasileiro desconhecido, tão desconhecido quanto os<br />

outros mais de 25 mil pracinhas que lutaram na Segunda Guerra Mundial.<br />

No monumento de Livergnano, em homenagem ao primeiro piloto brasileiro<br />

morto em ação, o jovem segundo-tenente-aviador John Richardson Cordeiro e Silva,<br />

abatido pela artilharia antiaérea alemã num ataque sobre Bolonha, mais uma vez<br />

fizemos uma leitura solene, dessa vez com o nome dos mortos do Senta a Pua!. A<br />

emoção tomava conta de todos: olhos marejados e choro embargado eram comuns<br />

durante as cerimônias de que participamos. Até a ingênua “Canção do<br />

Expedicionário” provocava uma reação muito além da imaginada, fazendo com que<br />

todos entoassem a plenos pulmões seus versos aparentemente sem fim, durante cada<br />

uma das homenagens.<br />

Emoção é a melhor palavra para descrever a jornada realizada por nosso grupo<br />

nos caminhos da FEB. Um de nossos integrantes, Telmo Fortes, profundo<br />

conhecedor da história do Brasil na guerra, contou de uma viagem que realizou<br />

anteriormente à nossa pela região onde a FEB lutou. Sem lembrar exatamente o<br />

nome da pequena localidade, que poderia ser qualquer uma das que visitamos,<br />

Telmo presenciou uma tocante homenagem aos brasileiros, provavelmente uma das<br />

muitas que ocorrem por ocasião do celebrado Dia da Liberação. Numa bucólica<br />

praça no centro da comunidade, ao entardecer, tocaram os sinos de uma pequena<br />

capela. Atrás de uma grande mesa e ao lado de grandes panelas fumegantes,

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