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Joao-Barone-1942

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Regimento, relatou em suas memórias o temperamento contundente do general, que,<br />

desde o início das ações, parecia ávido pelas primeiras baixas da FEB. “Ainda não<br />

temos nenhum morto Precisamos de heróis!”, teria dito Zenóbio.<br />

Entender essa declaração ao pé da letra significaria que o impetuoso general era<br />

inconsequente, mas as opiniões vindas tanto de seus comandados quanto de seus<br />

comandantes sempre se referiam a ele com os maiores elogios e considerações.<br />

Odiado por uns, respeitado por outros, a fama de durão do general Zenóbio<br />

contribuiu para que ele fosse o comandante mais destacado da FEB.<br />

O êxito das primeiras ações, atribuído ao dinamismo do general Zenóbio no<br />

comando do Destacamento FEB, chamou a atenção dos comandantes americanos.<br />

Clark e Crittenberger decidiram incumbir a tomada de Camaiore aos brasileiros,<br />

ponto considerado importante nas defesas alemãs. Para chegar ao local, seria preciso<br />

conquistar o Monte Prano, uma elevação de mil e duzentos metros que os<br />

americanos ainda não haviam atacado.<br />

Durante a reunião do V Exército e do Estado-Maior brasileiro para se definir o<br />

ataque ao Monte Prano, Zenóbio aceitou prontamente o comando das operações.<br />

Guardadas as devidas proporções, não seria exagero afirmar que a FEB tinha nos<br />

seus quadros um candidato ao título de “general ton brasileiro” — o que se explica<br />

por ton ter sido famoso por suas frases de efeito, muitas vezes recheadas de<br />

palavrões, usadas na propaganda Aliada. Se Zenóbio não tinha a estatura e a<br />

genialidade militar do famoso comandante americano, ao menos possuía algumas<br />

das suas características marcantes: era destemido e sem papas na língua.<br />

O coronel Lima Brayner, que integrava o Estado-Maior da FEB, se referia ao<br />

general Zenóbio como “o índio corumbaense”, em alusão à sua cidade natal,<br />

Corumbá, Mato Grosso do Sul. Um boato eventualmente atribuído ao comandante<br />

brasileiro diz que ele teria promovido um butim de “lembranças” da Itália, composto<br />

por obras de arte e objetos de valor. As más línguas chegaram a apelidá-lo de “rato<br />

da Toscana”. Mesmo sem qualquer evidência que incriminasse o general brasileiro,<br />

esse ato era muito comum entre militares Aliados, que levaram para casa toda sorte<br />

de suvenires, sob a justificativa de que seriam “troféus de guerra”. Para muitos,<br />

parecia justo e aceitável, uma espécie de compensação pelo fato de os soldados<br />

colocarem suas vidas em risco, o que acontecia desde a Antiguidade, quando a

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