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Joao-Barone-1942

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outros Estados: a grande questão se situava na escolha de seus parceiros políticoeconômicos.<br />

A posição ideológica do governo brasileiro pouco tinha peso. Em<br />

janeiro de 1939, o presidente Roosevelt convidou o ministro das Relações Exteriores<br />

brasileiro, Oswaldo Aranha, para um encontro em Washington. Aranha era velho<br />

amigo de Vargas, que o convocou para a carreira política na Revolução de 1930.<br />

Advogado, foi ministro da Justiça e depois assumiu o Ministério da Fazenda, quando<br />

implantou medidas importantes para negociar a dívida externa brasileira. No<br />

processo, Vargas decidiu aliar a diplomacia ao necessário desenvolvimento das<br />

relações comerciais e político-econômicas no plano internacional.<br />

Não foi à toa que chamou Oswaldo Aranha para ser seu ministro das Relações<br />

Exteriores, pois reconhecia nele as qualidades necessárias para essa missão. Depois<br />

de alguns desentendimentos com Vargas ocorridos nos primeiros momentos do<br />

governo provisório, a carreira de Oswaldo Aranha rumou para o campo<br />

diplomático, quando ele serviu como embaixador brasileiro nos Estados Unidos, até<br />

o momento do Golpe de 1937.<br />

Mesmo com a aproximação ocorrida entre Roosevelt e Vargas, os interesses<br />

americanos no Brasil passavam ao largo do governo de orientação fascista, e Vargas<br />

era considerado um “ditador benevolente” nos boletins internos do embaixador<br />

americano Jefferson Caffery.<br />

Pelo lado alemão, não houve nenhuma aproximação da parte de Hitler com<br />

Vargas, a não ser por algumas trocas formais de telegramas pelo aniversário do<br />

Führer e pela data nacional alemã. Os únicos responsáveis de fato por uma<br />

proximidade oportunista do Estado Novo com os alemães foram os militares da ala<br />

germanófila, que decidiram pela compra de armamento moderno alemão<br />

(interagiram com a Wehrmacht, as Forças Armadas alemãs), por conta da<br />

impossibilidade de obtenção de material bélico norte-americano. Até o chefe do<br />

Estado-Maior brasileiro, general Góes Monteiro, chegou a ser convidado pelo seu<br />

equivalente alemão, marechal Walther von Brauchitsch, para presenciar as manobras<br />

militares da Wehrmacht em 1939, que não ocorreriam por causa da invasão da<br />

Polônia.<br />

Em 1935, o Brasil assinou um acordo bilateral com os Estados Unidos, visando à<br />

exclusividade de parceria nas trocas comerciais, redução de taxas, favorecimento de

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