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Joao-Barone-1942

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que indicavam soldados desconhecidos na Normandia, em Pistoia o sentimento foi<br />

muito mais profundo ao ler os nomes dos pracinhas brasileiros inscritos nas placas<br />

deixadas onde eram os jazigos, dos aviadores do Senta a Pua! abatidos e do sargento<br />

Max Wolff. Mesmo sabendo que não aparecem muitos brasileiros nesse local, fica a<br />

certeza de que as pessoas que chegam aqui demonstram um profundo sentimento de<br />

respeito e o reconhecimento de que as vidas desses homens não se perderam em<br />

vão.<br />

Em abril de 2012, retornei aos campos de batalha da FEB, passando em muitos<br />

locais que ainda não havia visitado, como o museu de Iolla, pequeno, porém<br />

imponente pelo seu acervo. Depois, tomei parte num enorme comboio de veículos<br />

militares antigos reunidos de clubes europeus, batizado de Coluna da Libertação, que<br />

partiu numa jornada de três dias de Bolonha até o litoral do mar Adriático.<br />

Certamente vou continuar visitando essa bela região italiana, especialmente com a<br />

previsão dos festejos de setenta anos do fim da guerra, que já se anunciam.<br />

O túmulo do soldado conhecido<br />

Algumas situações foram criadas com a saída dos restos mortais dos brasileiros<br />

em Pistoia. A prefeitura local requereu o terreno de volta, mesmo sabendo que havia<br />

a intenção de manter o lugar como monumento em lembrança aos caduti brasiliani.<br />

Alegavam que não havia mais ninguém enterrado lá. Chegaram mesmo a sugerir que<br />

retornassem com ao menos uma das urnas levadas ao Brasil, caso fossem erguer um<br />

monumento ao soldado desconhecido. Na época, a ideia foi rechaçada pelo marechal<br />

Mascarenhas. Foi então que surgiu a alternativa de procurar um dos corpos dos<br />

brasileiros ainda desaparecidos em combate, para que fosse deixado lá e<br />

proporcionasse a condição de mausoléu de guerra ao local. Em 5 de agosto de 1967<br />

o monumento foi inaugurado, com um dos pracinhas ocupando o jazigo do soldado<br />

desconhecido. Mas o pracinha não é tão desconhecido assim. Seus restos mortais<br />

foram encontrados nos arredores de Montese e identificados como sendo do soldado<br />

Fredolino Chimango, que integrava o 3 o Batalhão do Onze.<br />

É curioso observar que os terrenos dos vários cemitérios que abrigam os mortos<br />

de outras nacionalidades em território italiano foram doados às nações que

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