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Joao-Barone-1942

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formas as garantias americanas de que a FEB seria enviada para lutar, ainda que<br />

estivesse constituída apenas no papel.<br />

Bastidores da guerra<br />

Os resultados da aproximação brasileira com Washington foram surpreendentes, especialmente<br />

quando analisamos o perfil de alguns dos personagens que dedicaram seu tempo e esforço para atingir<br />

essa meta. Roosevelt, representante da maior democracia do planeta, o único presidente americano<br />

que conseguiu ser eleito para quatro mandatos, foi capaz de fazer elogios efusivos ao ditador Vargas.<br />

Oswaldo Aranha — o grande articulador da aproximação do Brasil com os Estados Unidos, que<br />

possibilitou os Acordos de Washington — interagiu em linha direta com o secretário de Estado<br />

americano, Cordell Hull.<br />

Os militares da comitiva brasileira enviada aos Estados Unidos, entre eles, os generais Eurico Dutra e<br />

Góes Monteiro — cujos currículos atestavam suas tendências pró-Alemanha —, dialogaram<br />

diretamente com um dos mais importantes nomes da história militar americana: o general George C.<br />

Marshall. Veterano da Primeira Guerra, responsável pela reestruturação e modernização das Forças<br />

Armadas americanas, Marshall foi promovido ao cargo de chefe do Estado-Maior por Roosevelt,<br />

desde o começo da Segunda Guerra, em 1939, até seu fim, em agosto de 1945. Dos bastidores da<br />

guerra, de onde partiram as decisões mais cruciais do conflito, foi Marshall quem elaborou o plano de<br />

desembarque Aliado na Normandia, além de outras ações cruciais. Mas seu maior projeto foi<br />

implantado no pós-guerra, quando idealizou o Programa de Recuperação Europeia. Batizado com seu<br />

nome, o famoso Plano Marshall lhe rendeu um Nobel da Paz, em 1953.<br />

Muitos atribuem a formação da FEB a uma imposição dos americanos, algo que<br />

demonstra um total desconhecimento de causa sobre o tema, parte dos vários mitos<br />

que até hoje cercam a história do Brasil na Segunda Guerra. Pelo contrário, a<br />

formação efetiva da FEB esbarrava na incapacidade dos órgãos militares em<br />

constituí-la e na clara má vontade dos americanos em suprir as necessidades do<br />

governo brasileiro nesse sentido. Havia a suspeita, em alguns setores do Estado-<br />

Maior em Washington, de que tudo não passava de um ardil do governo Vargas, que<br />

estaria ansioso apenas em atender à demanda por armas de seus militares e conseguir<br />

o fornecimento, tão insistentemente requerido aos americanos. Estes, por sua vez,<br />

estranhavam a inexplicável demora na formação e organização da Força<br />

Expedicionária nacional.

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