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Joao-Barone-1942

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experiência seria um grande trunfo. Dos muitos oficiais da ativa e da reserva que<br />

decidiram permanecer em serviço, a maioria foi transferida para quartéis em regiões<br />

longínquas, de menor importância estratégica ou hierárquica, o que comprometeu a<br />

transmissão de seus valiosos conhecimentos e experiências de guerra. Mas isso era<br />

pouco, num momento em que as promoções, menções honrosas e até condecorações<br />

dos oficias da reserva recebidas em combate foram desconsideradas e tornadas sem<br />

efeito na volta ao Brasil. Muitos desses oficiais, da chamada R-2 (Reserva), que<br />

tentaram continuar em serviço, resolveram dar baixa, depois da vergonhosa<br />

demonstração de inveja e ressentimento vinda dos quadros da ativa. As Forças<br />

Armadas seguiam a cartilha do já enfraquecido Estado Novo, que impedia a<br />

qualquer custo o surgimento de heróis e personalidades importantes que pudessem<br />

ofuscar a figura do ditador Vargas.<br />

Triunfo ou descrédito<br />

Existem muitas abordagens sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra<br />

Mundial. Algumas são exemplos extremados de patriotismo e valor varonil, visões<br />

apaixonadas que descambam para o lado da “patriotada”, como se tivéssemos<br />

tomado parte numa competição na qual ganhamos uma medalha de ouro. Pela ótica<br />

de outros, no entanto, a participação foi desnecessária, uma vez que não foi<br />

determinante no esforço Aliado, mas apenas uma barganha política que favoreceu os<br />

americanos em sua expansão geoeconômica. Essa abordagem argumenta que se o<br />

Brasil tivesse apenas negociado o uso das bases aeronavais no Nordeste, a vida de<br />

475 brasileiros mortos em combate na Itália teria sido poupada.<br />

O fato é que o Brasil lutou devido à agressão dos torpedeamentos realizados em<br />

represália ao alinhamento do país com os americanos e da cessão de suas bases em<br />

território brasileiro. Houve forte comoção nas ruas para que o Brasil entrasse em<br />

guerra. Numa comparação, o número de mortos da FEB foi quase a metade do total<br />

de brasileiros mortos nos torpedeamentos até 1943 (971). Quanto ao número de<br />

inimigos mortos infligido pela FEB, as estatísticas são nebulosas, perdidas nos<br />

relatórios do V Exército americano. Alguns profundos conhecedores da história da<br />

FEB arriscam a marca de dois mil alemães e uma centena de italianos mortos em

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