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Joao-Barone-1942

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estava o chefe da Missão Militar Brasileira na Alemanha, coronel Cordeiro de Farias,<br />

que dali a algum tempo seria o comandante da Artilharia da FEB. Dois dias depois<br />

de zarpar, no dia 11 de outubro, o navio brasileiro foi apreendido pela Marinha Real<br />

e novamente levado até Gibraltar, onde toda a carga foi confiscada por não haver o<br />

certificado de navegação (Navicert). Da previsão inicial de oito milhões de libras, o<br />

Brasil já havia chegado perto de um milhão, com a entrega dos armamentos até<br />

aquele momento. Os ingleses dificultaram ao máximo a liberação do navio, exigindo<br />

comprovação de que aquele material também já tivesse sido pago, para não gerar<br />

fundos aos nazistas.<br />

Tensão com os ingleses<br />

A grave crise diplomática entre os dois países foi finalmente solucionada em<br />

dezembro do mesmo ano, após ações diplomáticas dos Estados Unidos junto à Grã-<br />

Bretanha, com o compromisso assumido por Oswaldo Aranha de cessar o comércio<br />

compensado com a Alemanha.<br />

Em seguida, mais dois navios brasileiros — suspeitos, mas que não<br />

transportavam armamentos — foram apreendidos pelos ingleses, sendo o Buarque<br />

levado para Trinidad e Tobago e o Itapé, abordado ao norte do Rio de Janeiro. A<br />

ação inglesa foi muito criticada, pois quebrava os protocolos referentes aos navios<br />

que navegavam com bandeiras neutras. Os germanófilos do gabinete Vargas<br />

chegaram a pedir o rompimento de relações diplomáticas com a Inglaterra. Góes<br />

Monteiro declarou que os ingleses estavam fazendo uso de meios fascistas ao<br />

interferir no comércio entre Brasil e Alemanha daquela forma. O governo chegou a<br />

ameaçar com a nacionalização de empresas britânicas no Brasil, em represália aos<br />

navios apreendidos.<br />

O governo inglês fez várias exigências para liberar o navio brasileiro, entre elas,<br />

o fim do comércio com países do Eixo, a proibição de transporte de mercadorias<br />

alemãs e o fim das operações aéreas italianas no Brasil.<br />

Ainda em junho de 1941, um último lote de armamento alemão foi novamente<br />

apreendido pelos ingleses em Lisboa, no navio Bagé — um dos muitos que seriam<br />

em breve afundados pelos submarinos do Eixo. Dessa vez, o carregamento foi<br />

embarcado num navio americano e encaminhado até os Estados Unidos, de onde um

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