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Joao-Barone-1942

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combate pelas forças brasileiras.<br />

Lições para o futuro<br />

O legado da participação brasileira na guerra está eternizado na experiência<br />

adquirida por seus soldados em combate. Na tentativa de engajar o Brasil num<br />

contexto de influência mundial, a FEB tornou-se a maior expressão desse esforço,<br />

quando tomou parte num conflito bélico que representava a inserção do país na<br />

comunidade global, uma chance real para adentrar a modernidade. O Brasil fez uma<br />

escolha e decidiu lutar, mesmo sabendo de todas as deficiências existentes para se<br />

realizar tal proeza.<br />

Uma homenagem concreta aos praças<br />

Em junho de 1960, terminaram as obras do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial,<br />

popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.<br />

Quem ficou responsável por sua realização foi o então marechal Mascarenhas de Moraes, eterno<br />

comandante da FEB. O monumento representou um dos maiores gestos de reconhecimento pelo papel<br />

dos brasileiros em combate, nas suas imponentes estátuas e arrojadas linhas de arquitetura. O trabalho<br />

conjunto de Marcos Konder Neto e Hélio Ribas ganhou o concurso nacional criado para a escolha do<br />

projeto mais original de um monumento em homenagem à FEB. Para Mascarenhas, era o compromisso<br />

moral de cumprir com uma promessa: trazer de volta todos os seus comandados, vivos ou mortos. O<br />

também marechal Cordeiro de Farias, ex-comandante da artilharia da FEB, ficou incumbido do traslado<br />

dos restos mortais dos soldados brasileiros mortos na Itália. No mausoléu preparado no subsolo,<br />

encontram-se os 468 jazigos de mármore com os nomes dos soldados, quinze deles desconhecidos,<br />

onde se lê “Aqui jaz um herói da FEB — Deus sabe o nome”. Um painel externo mostra gravados<br />

oitocentos nomes de vítimas dos torpedeamentos. Essas lembranças são, para as gerações futuras, um<br />

precioso documento sobre uma guerra na qual os brasileiros lutaram com valor. Durante a cerimônia de<br />

inauguração, que contou com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, foi cantada a “Canção do<br />

Expedicionário”. Os versos “Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá” ganharam um<br />

tom profético, eternizados numa das lápides no mausoléu. Parecia que finalmente o Brasil estava<br />

reconhecendo o valor dos pracinhas, mas foi apenas um breve momento. Em seguida, continuaram as<br />

cobranças das promessas que os governantes anteriores não cumpriram, com os ex-combatentes<br />

causando incômodo e sendo solenemente ignorados em suas reivindicações.<br />

Se hoje vemos as dificuldades em planejar e realizar as mudanças e melhorias tão<br />

necessárias para sediar os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo em nosso país, onde

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