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Joao-Barone-1942

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acadêmicos, baseados em documentos oficiais e depoimentos. Por trás dos fatos<br />

contundentes, a história também é construída por acontecimentos aparentemente<br />

triviais, que, reunidos, retratam uma época.<br />

É bem possível que a história do Brasil na guerra fosse narrada de forma<br />

diferente sob a ótica de cada um dos pracinhas que dela participaram. Alguns eram<br />

letrados, profissionais liberais, militares de carreira e da reserva, cidadãos comuns,<br />

médicos, engenheiros, jornalistas, advogados e escritores, mas que nem chegavam a<br />

formar uma classe média brasileira. Vários fizeram questão de ir para a guerra como<br />

voluntários, junto dos que não conseguiram se livrar da convocação. Aqueles<br />

tinham alguma noção do que significava a luta, ao contrário da grande maioria dos<br />

convocados, gente humilde, trabalhadores braçais, serventes, lavradores,<br />

estivadores, peões, presidiários, analfabetos, os que nem sequer sabiam por que<br />

iriam lutar. Cada um desses caboclos, mulatos, negros, índios, orientais e brancos<br />

teuto-brasileiros seria capaz de oferecer uma visão muito particular do que<br />

testemunhou naqueles poucos meses de combate. Uma minoria conseguiu deixar seu<br />

relato em reportagens, livros e crônicas, ou mesmo num simples testemunho aos<br />

parentes e amigos mais próximos. A grande maioria se calou para sempre. Aos que<br />

sobreviveram, ficou a certeza de que suas vidas jamais seriam as mesmas depois da<br />

experiência da guerra.<br />

Em 2009, houve uma comoção nacional quando o ex-presidente Lula foi<br />

elogiado pelo presidente americano Barack Obama, ao se encontrarem num fórum<br />

mundial. Em 2011, a presidente Dilma Rousseff discursou na Organização das<br />

Nações Unidas, pedindo mais uma vez que se cumprisse uma antiga demanda<br />

nacional: a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, o que não ocorreu.<br />

Voltando no tempo, pouca gente sabe que o grande estadista Franklin Delano<br />

Roosevelt, quatro vezes eleito presidente dos Estados Unidos, numa de suas visitas<br />

ao Brasil, atribuiu ao ditador brasileiro Getúlio Vargas a criação do novo plano<br />

econômico para reerguer os Estados Unidos.<br />

Nos anos 1940, dois detentores do Prêmio Nobel da Paz, o general George<br />

Marshall, chefe do Estado-Maior americano — criador do plano de reconstrução da<br />

Europa depois da guerra — e Cordell Hull — secretário de Estado americano de<br />

1933 a 1944 e fundador da ONU —, estiveram no Brasil (muito antes do Zé Carioca

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