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Joao-Barone-1942

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Reviravolta nas operações<br />

Assim como o litoral nordeste brasileiro mudou o foco de importância defensiva<br />

para ofensiva, as operações dos submarinos do Eixo também sofreram uma<br />

reviravolta no cenário da Batalha do Atlântico. No começo, os submarinos alemães<br />

eram os caçadores implacáveis dos mares — destruindo milhares de toneladas de<br />

navios. O total dos afundamentos de navios brasileiros entre <strong>1942</strong> e 1943 ultrapassou<br />

as 130 mil toneladas.<br />

Com o aumento das operações antissubmarino americanas e brasileiras, os<br />

caçadores viraram presas. Os Aliados desenvolveram melhores navios e armamentos<br />

— incluindo o aperfeiçoamento de sonares e radares —, assim como o primordial<br />

rulhamento aéreo, que colocou em xeque os planos de ataque alemães. Se antes os<br />

submarinos atuavam solitários, passaram a atacar os comboios em grupos, nas<br />

chamadas “matilhas” (wolfpacks), muito usadas no Atlântico Norte, as quais<br />

conseguiam furar as defesas, penetrar nos comboios e acertar os navios<br />

desprotegidos.<br />

Recuperando memórias: fogo amigo ou inimigo<br />

O mito de que os americanos foram os responsáveis pelos afundamentos de navios brasileiros<br />

permaneceu, ao longo das décadas, colado aos motivos que levaram o Brasil a declarar guerra ao Eixo.<br />

Esse devaneio só pode ser atribuído aos boatos criados na época, originados pelos grupos que não<br />

aprovavam o alinhamento com os americanos ou pela ala dos germanófilos ainda presente no governo<br />

Vargas.<br />

Nem mesmo a comprovação documental dos registros encontrados nos arquivos de guerra Aliados e<br />

alemães, com dados precisos de cada U-Boot e seu comandante em ação no Atlântico Sul, foi capaz de<br />

apagar de vez essa versão fantasiosa dos fatos. Nos documentos existentes, encontram-se as posições<br />

de todos os submarinos alemães afundados no litoral brasileiro. Alguns desses pontos já foram<br />

confirmados depois de visitados por mergulhadores profissionais, e a maioria dos locais teve suas<br />

coordenadas devidamente arquivadas. Além da inexistência de qualquer prova documental sobre a<br />

suposta ação de submarinos americanos no Atlântico Sul — a totalidade dessas armas se encontrava no

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