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Joao-Barone-1942

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grande quantidade para as Forças Armadas. Muito couro brasileiro também era<br />

exportado para os alemães, usado na fabricação de equipamento militar, como<br />

coldres, cintos, arreios para cavalos e calçados. Na época, quase metade da borracha<br />

alemã era proveniente do Brasil.<br />

As exportações brasileiras para a Alemanha retornavam na forma de produtos<br />

industrializados dos mais diversos tipos, como máquinas pesadas (prensas e tornos),<br />

motores elétricos e mesmo alguns automóveis das marcas Opel e Mercedes-Benz.<br />

Dentre os produtos alemães comuns nas lojas, destacavam-se os rádios valvulados,<br />

que eram muito populares.<br />

Quando as relações comerciais com os alemães aumentaram consideravelmente,<br />

Oswaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores do governo Vargas, foi chamado<br />

pelos americanos para trabalhar na reaproximação econômica entre o Brasil e os<br />

Estados Unidos.<br />

O ex-embaixador brasileiro em Washington se tornaria defensor de uma política<br />

pró-americana: só faltava desimpedir os canais para que isso acontecesse. Ele teve<br />

seu nome associado diretamente à defesa da democracia, mesmo como um dos<br />

principais personagens do regime ditatorial vigente no Brasil.<br />

Enquanto isso, em 1938, o Brasil ganhava a condição de mais importante<br />

parceiro comercial da Alemanha fora da Europa. Em 1936, também houve um<br />

acordo com a Itália fascista para a compra de três submarinos, entregues em 1937,<br />

uma das poucas iniciativas levadas a cabo para modernizar a Marinha do Brasil. Se o<br />

comércio entre o Brasil e os Estados Unidos não parecia incomodar os alemães, o<br />

crescimento dos negócios brasileiros com a Alemanha incomodava muito os<br />

americanos.<br />

Pouco antes do começo da Segunda Guerra, em 1938, o Brasil começou a<br />

exportar sutilmente mais produtos para a Alemanha do que para os Estados Unidos.<br />

Os setores militares brasileiros ansiavam pela obtenção de material bélico, e os<br />

americanos não ofertavam sua produção nem para o Brasil nem para outros países<br />

latino-americanos, conforme determinava a política externa de Washington. Já os<br />

alemães — que se reequipavam militarmente — prometiam suprir a demanda<br />

brasileira por armamentos e ainda ofertaram ao governo a construção de duas usinas<br />

siderúrgicas no país.

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