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Joao-Barone-1942

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Na ilha de Fernando de Noronha, que estava na rota para a costa africana, foi<br />

montada uma base aérea americana, sobre um campo de pouso construído nos anos<br />

1920 pela companhia aérea italiana LATI. A base de Natal se tornou um dos<br />

aeródromos mais movimentados do mundo na época. No norte, Belém do Pará era<br />

escala das esquadrilhas americanas a caminho de Recife e Natal.<br />

O Nordeste brasileiro serviu como rota estratégica para o esforço de guerra<br />

Aliado, que não teria chegado à Europa Mediterrânea se não fosse pela conquista<br />

dos territórios ao norte da África e pela derrota dos italianos e dos alemães nessa<br />

região. Entre 1943 e 1944, Parnamirim se tornaria a base aérea americana mais<br />

movimentada do mundo, por onde passaram milhares de aviões, com mais de cem<br />

pousos diários.<br />

Natal era escala obrigatória para a travessia aérea até Dacar, com a ilha de<br />

Fernando de Noronha servindo de ponto de apoio. De Dacar, os voos seguiam para<br />

a Europa. Já no final dos anos 1930, aviões de grande autonomia podiam realizar a<br />

travessia sem pousar para reabastecimento em Fernando de Noronha ou nas ilhas de<br />

Cabo Verde e Canárias, na costa africana.<br />

Em 1943, chegou ao Brasil a recém-criada IV Esquadra americana, que tinha a<br />

missão de rulhar o Atlântico Sul. Navios de guerra americanos ancoravam nos<br />

portos brasileiros, e vários foram incorporados e mesmo doados à Marinha<br />

brasileira, o que possibilitou a esperada proteção das rotas entre as capitais.<br />

O vice-almirante e comandante da IV Esquadra, Jonas Howard Ingrahm, foi<br />

nomeado por Vargas chefe das Forças Navais no Brasil, cujo centro de comando era<br />

baseado em Recife. O gesto causou insatisfação em alguns setores políticos e<br />

militares, que não concordavam com a chegada dos americanos e a concessão de<br />

bases operadas por eles em nosso território.<br />

Secretamente, Vargas fez um acordo com o comandante da Marinha americana<br />

em que lhe dava plenos poderes e total liberdade de ação dentro do mar territorial<br />

brasileiro, como forma de proteger a navegação regional. Esquadrões de dirigíveis<br />

operavam em Recife e no Rio de Janeiro com tripulações americanas — uma das<br />

muitas formas usadas para um rulhamento mais eficiente dos mares —, somados aos<br />

aviões e aos navios.<br />

De fato, os gringos haviam chegado para salvar a caravana. Ao contrário da

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