20.01.2015 Views

Joao-Barone-1942

Joao-Barone-1942

Joao-Barone-1942

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ação eram distribuídas aos habitantes pelos pracinhas. O mingau que muitas vezes<br />

era oferecido pela FEB à população, tornando-se a única refeição quente consumida<br />

no dia, virou adjetivo no linguajar regional para qualquer coisa boa.<br />

Todos os anos, no dia 25 de abril, os italianos festejam o grande levante da<br />

resistência contra a ocupação alemã, conhecido como Dia da Liberação. E foi<br />

durante essa data que o Grupo Histórico FEB presenciou as várias homenagens que a<br />

população italiana até hoje presta aos pracinhas brasileiros, termo sempre<br />

pronunciado com reverência e emoção. No sopé do Monte Castello, na localidade de<br />

Guanella, foi erigido um monumento em homenagem aos brasileiros que tombaram<br />

tentando ocupar aquele morro, que hoje parece apenas mais uma das muitas<br />

elevações ao redor daquela região. A obra de arte, que nos causou grande impressão,<br />

foi idealizada pela renomada artista plástica brasileira Mary Vieira, mineira nascida<br />

em 1920, falecida na Basileia, Suíça, em 2001, onde residiu durante décadas. Ainda<br />

em 1994, a artista teve a ideia de homenagear os pracinhas com um monumento<br />

erguido na Itália, por ocasião dos cinquenta anos do fim da Segunda Guerra na<br />

Europa, que aconteceu em maio de 1995. A obra, batizada de Monovolume a ritmos<br />

abertos, representaria o ideal de liberdade pelo qual os brasileiros lutaram, na forma<br />

de dois grandes arcos de mármore, com imponentes sete metros de altura e 14 de<br />

largura, sobrepostos, cada um voltado com sua abertura para cima e para baixo. O<br />

fim do processo para liberar a construção ocorreu em 1996, o que impediu que fosse<br />

inaugurado em tempo das celebrações. Mary Vieira chegou a lançar a pedra<br />

fundamental da obra de construção do monumento, em 1999, mas infelizmente<br />

faleceu antes de sua inauguração, em junho de 2001. Pouca gente no Brasil sabe da<br />

existência da obra. Um entusiasta moderado da Segunda Guerra preferiria ver um<br />

monumento que mostrasse estátuas de soldados empunhando seus fuzis, mas existe<br />

uma beleza solene que foge das obviedades nessa homenagem de profundo cunho<br />

artístico aos brasileiros que ali morreram.<br />

Posteriormente, ali perto, Giovanni Sulla, conhecedor de cada canto e de cada<br />

história dos brasileiros em ação naquela área, nos levou até o local onde ocorreu o<br />

massacre de Abetaia, no qual 17 pracinhas foram mortos pelas metralhadoras<br />

alemãs, durante o ataque do dia 12 de dezembro de 1944. Apenas semanas depois do

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!