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Joao-Barone-1942

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diárias e ampliou o direito de aposentadoria a todos os trabalhadores urbanos. Foi<br />

um enorme avanço na estrutura nacional, apesar da plena vigência de uma ditadura.<br />

Esse reconhecimento serviria para seu retorno ao poder, por meio do voto popular,<br />

em 1951.<br />

Entretanto, o Estado interferia cada vez mais na vida do cidadão. Latifundiários<br />

e coronéis ainda exerciam grande influência na política, apesar das prometidas<br />

mudanças do novo governo. Os industriais, a embrionária classe média e os<br />

militares passaram a participar mais do quadro social. O presidente Roosevelt, em<br />

sua visita ao Brasil em 1936, foi capaz de fazer um elogio surpreendente ao ditador<br />

brasileiro, ao declarar que ele era um dos responsáveis pela implantação do New<br />

Deal (plano econômico para salvar a economia americana): “Duas pessoas<br />

inventaram o New Deal — o presidente do Brasil e o presidente dos Estados<br />

Unidos.”<br />

Esse elogio tentava criar um clima de reciprocidade aos interesses mútuos dos<br />

dois países: os Estados Unidos começavam uma jornada para recolocar de pé sua<br />

economia industrial, depois da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.<br />

O Brasil lutava para desenvolver sua incipiente indústria. Ambos foram obrigados a<br />

buscar acordos com setores sindicais e industriais e suas lideranças, assim como o<br />

empresariado e os latifundiários.<br />

Recuperando memórias: a herança totalitária de Vargas<br />

Muito se falou das semelhanças entre o regime de Vargas e o nazifascismo. De fato, houve até um<br />

intercâmbio entre a famigerada Gestapo (polícia do Estado nazista) e a polícia política de Vargas,<br />

visando principalmente ao treinamento e à colaboração anticomunista. Filinto Müller, chefe do aparato<br />

repressor do regime, promovia a caça, a prisão e mesmo a tortura de opositores do governo. O famoso<br />

discurso pró-fascista de Vargas, proferido em junho de 1940, fazia alusões aos grandes feitos das<br />

potências do recém-formado Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e insinuou legitimar e justificar os<br />

direitos das “nações fortes”, o que deixou os americanos preocupados quanto ao Brasil se tornar um<br />

ponto de expansão nazi-fascista na América. O efeito colateral imediato desse pronunciamento de<br />

Vargas foi a decisão de Washington de intensificar as relações político-econômicas com o Brasil,<br />

procurando oferecer mais vantagens que os rivais alemães.<br />

Inspirado pelos afagos de Roosevelt e pelas mudanças de Hitler na Alemanha, Vargas sentiu-se à

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