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Joao-Barone-1942

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A defesa das fronteiras brasileiras era motivo de grande preocupação no início<br />

da guerra, tanto do ponto de vista do nosso governo quanto na visão dos<br />

americanos. Se atualmente não se atingiu um estágio próximo do ideal sobre esse<br />

importante aspecto da segurança do país, em <strong>1942</strong> o assunto era uma tarefa muito<br />

mais complexa e difícil de se realizar.<br />

As defesas litorâneas brasileiras apresentavam um grande problema, tanto para o<br />

Estado Novo quanto para os círculos internos do governo Roosevelt, que<br />

trabalhavam para construir a integridade do continente americano e, ao mesmo<br />

tempo, procuravam manter longe qualquer possível ameaça ao território dos Estados<br />

Unidos. Era necessário garantir que a grande nação americana estivesse protegida ao<br />

norte, desde a Islândia — que se tornou área norte-americana por um curto período<br />

a partir de 1941 — até o Alasca. Ao sul, era preciso ampliar a zona de segurança para<br />

além da América Central — onde o canal do Panamá já era importante ponto<br />

estratégico americano —, até a península do Nordeste brasileiro, ponto mais<br />

próximo da América com a África Ocidental.<br />

Os receios do governo americano em relação a um provável cenário de guerra<br />

atingindo a América do Sul se justificavam num fato concreto: a forma implacável<br />

como a França e os Países Baixos foram invadidos pelos nazistas em 1940, o que<br />

levaria inevitavelmente à ocupação das colônias além-mar desses países, no Sudeste<br />

Asiático (a Indochina Francesa, hoje Vietnã, e as Índias Ocidentais Holandesas, hoje<br />

Indonésia, foram ocupadas pelo Império do Japão) e nas Guianas Francesa e<br />

Holandesa (hoje, Suriname), na América do Sul. O marechal Pétain, chefe do<br />

chamado “governo fantoche” francês de Vichy, liberou para a Marinha alemã o uso<br />

das instalações do porto de Dacar, em maio de 1941, assim como a costa oeste<br />

francesa e seus portos permitiam aos alemães operar por todo o Atlântico. Enormes<br />

ancoradouros na forma de bunkers de concreto armado à prova de bombardeios<br />

foram construídos em Saint-Nazaire, Bordeaux, Lorient e La Rochelle, de onde<br />

partiam os traiçoeiros submarinos nazistas para en​contrar suas vítimas no Atlântico.<br />

O secretário de Estado americano, Cordell Hull, alertava para esse cenário<br />

preocupante:<br />

(...) a situação está mudando com grande rapidez, e a possibilidade de uma

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