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Joao-Barone-1942

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O Brasil, ao declarar guerra ao Eixo, manteve um distanciamento formal com o Japão, que estava<br />

muito longe das ações de combate em andamento no litoral atlântico. Entretanto, houve grande<br />

segregação racial em relação aos nipo-brasileiros e japoneses residentes no país. Isso seria um<br />

reflexo direto do alinhamento brasileiro com os Estados Unidos, que, depois do ataque a Pearl Harbor,<br />

empreenderam uma campanha fortíssima de propaganda antinipônica, na tentativa de rebaixar<br />

moralmente os japoneses. Foram necessários muitos esforços para reparar as hostilidades praticadas<br />

contra o grupo. Depois da guerra, uma emenda do governo que proibia a imigração japonesa foi<br />

derrotada por apenas um voto no Congresso, durante os preparos da Constituição de 1946. Nas<br />

décadas seguintes, o Brasil se tornou o país que recebeu o maior número de imigrantes japoneses.<br />

Aviadores alemães e italianos que faziam as rotas aéreas de empresas que<br />

operavam na América do Sul poderiam oferecer informações estratégicas para<br />

futuras operações militares. Informantes do Eixo repassavam as rotas de navios que<br />

saíam dos principais portos sul-americanos. A hipótese de um movimento insurgente<br />

apoiado pelo Eixo em meio à grande população de imigrantes e descendentes de<br />

alemães, italianos e japoneses fixados no Brasil causava grandes preocupações em<br />

Washington. Havia mesmo o temor de que submarinos inimigos pudessem<br />

desembarcar clandestinamente armas e munição para grupos guerrilheiros formados<br />

em território brasileiro. O sucesso dessas operações colocaria em xeque o controle<br />

do canal do Panamá e a navegação no Atlântico entre a América e a África.<br />

Fica muito fácil nos dias de hoje concluir que nenhum desses cenários<br />

aconteceria de fato. Mas naqueles tempos o reconhecimento aéreo não permitia a<br />

cobertura das amplas áreas sob suspeita de ocultar formações de tropas e<br />

concentrações de equipamentos militares, bases aéreas ou navais. Isso deixava aberta<br />

a possibilidade e alimentava temores de que alemães e italianos pudessem estar<br />

preparando secretamente, em algum momento, uma grande operação de travessia do<br />

Atlântico.<br />

Levando em conta todos os receios e considerando os fatos, algumas hipóteses<br />

para uma ação desse tipo acontecer seriam:<br />

1. Se os alemães conseguissem preparar uma força militar considerável para cruzar o<br />

Atlântico até a costa brasileira — mesmo os teóricos mais experientes e<br />

preocupados com a expansão nazista na época deviam saber que isso era<br />

praticamente inviável. Os recursos necessários para uma operação naval desse

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