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Joao-Barone-1942

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4. O PÊNDULO DE VARGAS<br />

Havia mais de um milhão de descendentes de alemães no Brasil em 1940. O<br />

Brasil era o país com o maior número de membros do partido nazista fora da<br />

Alemanha, com cerca de três mil integrantes. Se esse número fosse comparado com<br />

as dezenas de milhares de integrantes da Internacional Comunista no país, não<br />

representaria muita coisa. A maioria dos diretores de empresas e firmas alemãs no<br />

Brasil era formada por representantes do partido nazista, mas os imigrantes mais<br />

antigos, chegados ao país no final do século XIX, não tinham uma ligação muito<br />

forte com a nova Alemanha.<br />

Antes mesmo do começo da guerra, os consulados alemães receberam um<br />

grande número de pedidos de reriamento, em resposta aos chamados de Hitler para a<br />

reconstrução da mãe-pátria. O intercâmbio realizado entre a Gestapo e a polícia do<br />

Distrito Federal tinha como objetivo a luta contra o comunismo, já que na Alemanha<br />

ficava a sede do gabinete Anti-Komintern, entidade criada para lutar contra o<br />

comunismo internacional.<br />

Havia também entidades do governo alemão criadas para dar apoio às ações de<br />

grupos nazistas no exterior, chamadas de Auslandsorganisationen (organizações<br />

estrangeiras), além da Frente Alemã de Trabalho, na tentativa de trazer todo e<br />

qualquer cidadão alemão ao redor do mundo para o Reich. Os temores da influência<br />

nazista nos países sul-americanos ganharam provas concretas quando, em várias<br />

cidades brasileiras, especialmente em São Paulo, os colégios e entidades culturais<br />

alemães se provaram fortes ferramentas de divulgação nazista.<br />

Depois de 1933, era comum ver o estandarte com a suástica e uma foto de Hitler<br />

em todas as escolas e clubes das colônias alemãs. Mas a apreensão de cartilhas<br />

pregando o nazismo e filmes de caráter doutrinário justificaram as ações do Estado<br />

Novo na proibição da propagação do partido nazista no país. Saber que havia<br />

escolas com fotos de Hitler e bandeiras com suásticas (que se tornou a bandeira<br />

oficial da Alemanha em 1933) causa espanto nos dias de hoje, principalmente depois<br />

de Hitler ter se tornado o grande vilão do século XX, mas também era comum ver<br />

retratos de reis, rainhas e líderes nas escolas e entidades culturais de outros países

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