Livro Caminhos

Caminhos
Já acomodados em seu quarto, Nathan e Letícia guardaram suas roupas e pertences, e foram até uma
pequena varanda, que dava para a frente do mar atlântico, eles queriam privacidade para conversar um
pouco, e ambos servidos de uma deliciosa taça de vinho, perante uma linda e imensa lua cheia, que
brilhava no esplendoroso céu de Angra, iniciaram o diálogo.
– É tão lindo aqui, nunca mencionou que tinham esta casa na praia!
– Pois é, nem eu mesmo me lembrava, mas segundo o que Caio me contou, temos diversas
propriedades pelo mundo todo.
– Mas se vocês têm tanto dinheiro assim, porque ainda almejam tanto os negócios, acho que deviam
aproveitar mais a vida!
– Eu também queria poder entender isso, mas o fato de não me lembrar de meu passado, complica um
pouco estas coisas, e aí eu tenho de ir seguindo os fatos e meu instinto, conforme eles vão surgindo e
acontecendo, mas eu pretendo dar continuidade ao meu tratamento, porém com tudo isso acontecendo,
creio que vai levar mais tempo que eu pensava.
– Pensa em ligar para o doutor Estevam, e contar que nada lhe aconteceu e que está vivo?
– Amanhã cedo teremos uma conversa com o Arthur, ele ficou nos colocar a par de toda a investigação,
e dependendo do que ele falar ou ter descoberto, decidiremos se vamos sair do país, ou voltar e anunciar
a todos a verdade.
Ela tocou suavemente eu seu rosto, olhou carinhosamente por alguns segundos, e lhe falou com o
coração:
– Agora chega destes assuntos, vamos curtir a noite que está maravilhosa, olhe como as estrelas estão
brilhando hoje, nem acredito que estou aqui juntinho de você!
– Como sempre coberta de razão, então o que está esperando para me beijar?
Palavras não conseguiriam descrever todo aquele cenário, as águas calmas refletiam o intenso brilho
lunar, trazendo uma cena extremamente romântica, o que importava agora, era viver este momento muito
especial, não se importando com fatos ligados ao passado, e tampouco com acontecimentos futuros,
apenas vivenciando esta noite perfeita.
Caio e Alba se retiraram para os seus aposentos, o casal também queria aproveitar o clima romântico, e
entre o luxo e os lençóis de seda, entrelaçaram seus corpos por longas horas, ela sabia muito bem usar a
fraqueza do empresário, para aos poucos ir conseguindo todo o espaço, e toda a confiança que precisava.
Por volta das vinte e três horas, Duarte percebendo a ausência da filha, que não havia saído de seu
quarto, nem mesmo para o jantar, decidiu bater em sua porta.
– Filha você está bem, aconteceu alguma coisa?
– Está tudo certo pai, só preciso ficar um pouco sozinha!
Ele percebeu que sua voz estava um pouco embargada, assim pediu licença e entrou no quarto, e
constatando o que havia percebido, a encontrou sentada na beira da cama, com os olhos cheios de
lágrimas.
– Me desculpe por entrar assim, sabe que não sou de fazer isso, mas fiquei muito preocupado, você
quer conversar um pouco?
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