Livro Caminhos

Caminhos
– Já te disse tantas vezes, que não quero você mexendo com essas coisas de doces, não precisamos
disso!
– Achei que este assunto já estava resolvido, ainda mais depois da conversa que tivemos outro dia, você
sabe muito bem o que eu penso, desses teus negócios ilícitos!
Ela se aproximou carinhosamente de Raul, e o abraçando fez um pedido:
– Querido, vamos embora daqui para bem longe, e assim viver nossas vidas em paz, longe de toda esta
sujeira, eu você e o Gabriel, por favor me escuta!
– Você sabe que eu não posso fazer isso, demorei muito para chegar onde estou, não vou desistir agora
que já cheguei tão longe.
– Eu já não aguento mais esta vida, mas não quero brigar com você o tempo todo!
Dizendo estas palavras ela largou o que estava fazendo, e foi chorando para seu quarto, onde entrou e
trancou a porta, Raul tentou várias vezes em vão, convencê-la a deixa-lo entrar, porém depois de algum
tempo, foi até uma das janelas, e ficou olhando todo o movimento, para ver se tudo já havia se acalmado
nas redondezas.
Em um dos bairros nobres de São Paulo, Marina e seu pai Duarte, que são negociantes e pesquisadores
de objetos de arte, estão analisando uma nova remessa, que acabara de chegar da Europa Central, eram
na maioria quadros e documentos antigos, onde uma grande parte destes objetos, seriam negociados em
leilões, enquanto os outros ficam arquivados, para pesquisas diversas em seu antiquário.
A moça estava curiosa, pois observou que o pai vasculhava tudo, e depois de algum tempo o
questionou:
– Pai, porque não me fala o que tanto procura, pois todas as vezes que chegam remessas novas, o
senhor fica muito ansioso, se me contar eu poderia te ajudar.
– O meu contratante me disse, para ficar atento e ser minucioso, porque este lote fazia parte da coleção,
mas não vejo nenhum vestígio da marca, mas como sempre não posso desanimar, tenho de continuar a
procura, agora que tal jantar com seu velho pai?
– Está bem, mas eu preciso saber mais informações, do que realmente estamos procurando, você fala
muito pouco sobre o assunto, e vive cercado de segredos.
Ele sorriu para ela, e concordou com a sua colocação.
– Você tem toda razão, mas no momento certo lhe conto tudo, primeiro eu preciso encontrar algum tipo
de prova, para que não pense que eu sou maluco.
– Pai, você é maluco!
Ambos sorriram, e Duarte fez um leve sinal com sua cabeça, aceitando a brincadeira da Filha, mas
este mistério não ficará oculto por muito tempo, pois muitos personagens de nossa trama, estão
envolvidos diretamente a ele, e mal sabem que uma peça chave deste quebra-cabeças, se encontra ali
mesmo dentre os arquivos recebidos, bem diante dos olhos dos dois especialistas.
As estrelas começavam a surgir mostrando que a noite chegava, Nathan saiu de fininho do seu quarto, e
procurou por Elvira na cozinha, onde estava preparando o Jantar.
– Elvira, preciso de um favor seu.
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