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<strong>Caminhos</strong><br />
• Capítulo 11 •<br />
Na continuidade da chegada de Caio, após ele guardar todas as suas bagagens, foi direto ao quarto do<br />
amigo, Letícia já havia ido embora sem ser vista, e depois de um abraço apertado, contou a Nathan<br />
detalhes de sua viagem, uma conversa que se estendeu até alta madrugada, e quando terminou se<br />
recolheu para descansar.<br />
O dia começou com um telefonema de Dulce, que era a coordenadora voluntária da Ong, informado<br />
tristemente a Letícia, de uma tragédia que havia acontecido na favela, Nicolas que era um jovem de<br />
apenas vinte e cinco anos, que eles haviam recuperado e retirado das drogas, e o colocado como zelador<br />
da instituição, havia sido assassinado.<br />
Era domingo, e a notícia abateu todos os membros da Ong e da comunidade, ela ligou imediatamente<br />
para Nathan, o avisando do fatídico acontecimento, e apesar de não ter se lembrado o rapaz, pediu para<br />
que o amigo Caio, o ajudasse a tomar todas as providencias necessárias, e após todos os trâmites legais,<br />
ambos foram para o local, primeiramente pensando em dar um pouco de conforto a família, depois<br />
buscariam informações sobre o fato acontecido.<br />
Era quase meio dia, quando o corpo do jovem rapaz, chegou para ser velado na comunidade, a pedido<br />
de Letícia, o velório seria feito em um salão, que ficava defronte a quadra da Ong, ao qual eles haviam<br />
acabado de reformar, para agregar as atividades da instituição.<br />
Entre muitas lágrimas e abatimento, os pais de Nicolas chegaram para velar o filho, com olhares de<br />
agradecimento, eles cumprimentaram todos os integrantes da Ong, que ali estavam presentes, e<br />
prestando toda a solidariedade para os familiares.<br />
Haviam vários boatos, de que bem antes do feriado de Natal, ele havia sofrido uma recaída, tornando a<br />
consumir as drogas, e assim acumulando uma dívida muito alta, vindo a ser morto por um ajuste de<br />
contas, isso era uma derrota que todos sofriam, e que de maneira alguma, os autores poderiam ficar<br />
impunes.<br />
Rapidamente as suspeitas caíram sobre Raul, que era o chefe local de todo o tráfico, mas ainda era<br />
cedo e precipitado afirmar qualquer coisa, pois não haviam provas de seu envolvimento, mas ele acabou<br />
sendo abordado sobre o assunto, por sua amada esposa Iris, que havia acabado de voltar do velório, e<br />
sofrido com rumores e olhares de acusação.<br />
– Me diga a verdade, você tem algo a ver com isso?<br />
– Sabe que não consigo mentir para você, mas para sua própria segurança e do Gabriel, não conte nada<br />
a ninguém, eu não mandei matar o rapaz, era para somente lhe dar um susto, um bom corretivo para<br />
impor respeito, senão daqui a pouco todos iriam achar, que podiam comprar as coisas e dar calote,<br />
mas o Otto disse que ele acabou reagindo, e por acidente atirou nele.<br />
Ela ao ouvir a dura confirmação, não pensou duas vezes, e lhe dando um tapa no rosto, mostrou toda<br />
sua indignação com o marido, que também estava apreensivo com o fato ocorrido, mas ele não revidou a<br />
agressão, abaixou a sua cabeça, e foi direto para o esconderijo, pois se fazia necessário ficar escondido.<br />
Iris depois de chorar e pensar muito, decidiu arrumar suas coisas e de Gabriel, ela estava decidida a ir<br />
embora, e deixar definitivamente Raul, isso tinha sido a gota d'água, já não aguentava mais toda esta<br />
situação, que envolvia sua família com toda bandidagem.<br />
Devido ao acontecimento, a polícia fez um cerco e começou a investigar os fatos, mas não podiam tomar<br />
providências, baseadas somente em boatos que circulavam, mesmo assim, Raul era tido como o principal<br />
suspeito do crime, e Otto, Militão e Situação, também se afastaram dos arredores da favela.<br />
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